quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Tribo de Caetés
VOCÊ SABIA...

QUE... a Cantata Nacional "OS CAHETÉS" atinente à Confederação do Equador(1824) , foi composta na cidade do Brejo da Madre de Deus-PE e constando às páginas 100/103 do livro "Biografia de alguns poetas e homens illustres da Província de Pernambuco" --- Tomo II- 1858 da autoria do Magistrado e revolucionário Dr. Antônio Joaquim de Mello?;

"OS CAHETÉS

Já de Marim soberba sobre o cume

Do Invasor Luso assoma a Fortaleza:

Ignivomos canhões horridos troâo,

E chuças bravas, fulgidos alfanges

Nas ameias, nos campos relampejão.

O Vilipendio, a Escravidão, e a Morte

Accommettem (ai tristes!)

Aos livres Filho da Inoccencia rude.

Com as candidas mãos tapando os olhos,

Em susto, e pranto a Liberdade foge.

O arcipotente Indigena braçudo

Em tanto não desmaia:

Com seo sangue robusto corre o sangue

Dos pios, marciaes Salteadores,

Mais que amestrados, e a vencer effeitos,

Dardejam fogo, e vistão-se de ferro.

Ei-los se formão em guerreira turma

Indomados, liberrimos Selvagens.

De varias plumas de mui bellas cores

Qual a fronte, a cintura, e braços orna;

Qual dos Contrários, que ha vencido, e morto,

De dentes e collar lhe arreia o collo.

Amarella, vermelha, negra tinta

Lhes affeião as torvas cataduras.

Que terror sejaão do Inimigo ousado.

No braço a rede alguns, que embote os tiros,

Plumi-volante flexa,

O bodoque, tacape, e rija maça,

As armas todas são da Gente ignara.

Mas, no peito o valor, e a independencia,

Em duro ensaio esgrimem, pullão, urrâo,

E já se applaudem de feliz vitória.

Restruge rouca a bellicosa inubia,

Sacudidos marraques estrepitão;

E da Guerra facundo o Hynno entoa

O Maioral senir, em meio à Chusma,

Que feroz bate os pés, e alterna o Coro.

Maioral,

Tupã nos deo propicio este Chão fertil;

Brazão que herdamos, e he devido aos Filhos:

E os Pais nos bradão do sepulchro: às armas!

Maldido o Povo do Estrangeiro escravo.

Côro.

Cahetés bravos! Guerra eterna, guerra

Ao estranho Invasor da Terra livre.

Maioral.

Sus, Valentes! Livrai a Pátria amada

Dos Dragões que nos roubão Mães, e Filhas;

E violadas (oh furias!) insensíveis

Por vil preço as traspassão por escravas..

Côro,

Cahetés bravos! Guerra eterna, guerra

Ao estranho Invasor da terra Livre.

Maioral.

Escachai-os ás mãos; aqui não reinem

Oppressores da nossa liberdade.

Quem nos vence em valor? Ei-a, voemos;

Osseos trofeos se elevem junto ás Tabas.

Côro.

Cahetés bravos! Guerra eterna, guerra

Ao estranho Invasor da Terra livre.

Qual pororoca em serras espumosas

Estronda galopando,

Espedaça o que oppõe-se-lhe

E a grossa enchente pavorosa monta:

Assim arrancão os Selvagens fortes,

E ao Castello inaccesso põem assedio.

Em vão sobre elles chovem as bombardas,

Que, firmes, cerrão mais o cerco, e o apertão.

Lá tinge a Terra o sangue de Duarte,

Chefe Illustre do Bando aventuroso,

E Albuquerque, sem olho, preso geme,

E em barbaro holocausto espera a morte.

Ja nas garras da Fome, e Sede os Lusos

Se entolhão debellados.

Sagrado amor da Patria, e Liberdade,

Quanto podes em peitos generosos!

Brasileiros Heroes, vivei na Historia;

Meo tributo acceitai de fama eterna,

Que vos voto na Lyra sonorosa.

Eis o exemplo, sigamo-lo briosos.

Falha o valor? Perece a liberdade.

E quando estranho Marte em fogo troa,

Nenhum fructo he mais doce á chara Patria.

Que a das palmas dos Filhos vencedores.

Se a Patria acommette

Insano Invasor,

Arma! Arma! Fulmine-o

O nosso valor.

Este jovem Povo

Grande ao Mundo ostente,

Que intrepido, e livre

Não soffre Oppressor.

La dos Guararapes

Ouvís o clangor?

Arma! Arma! Nos brada,

E mostra a Victoria

A croa sublime

Do eterno esplendor.

Se a Patria acommette

Insano Invasor

Arma! Arma! Fulmine-o

O nosso valor.

Este jovem Povo

Grande ao Mundo ostente,

Que entrepido, e livre

Não soffre oppressor."

QUE... o Capitão José Caetano de Medeiros 3º, pernambucano do Brejo da Madre de Deus foi um dos valorosos revolucionários pela liberdade, tendo sido preso pela Alçada obtendo perdão por força de Lei de 6 de Fevereiro de 1818, quando foi solto. (V. "Os Mártires Pernambucanos - Victimas da Liberdade- 1710-1817, publicado em 1853, do Padre Joaquim Dias Martins, página 270).


QUE... no ano de 1833 existia na então Vila do Brejo da Madre de Deus uma Escola de Línguas, com duas salas, uma para alunos do sexo masculino e outra para feminina, onde se ministravam aulas de português, francês e latim?


QUE... o 1º Diretor da Escola Normal de Pernambuco foi o Cônego Francisco Rochael de Brito Medeiros, natural do Brejoda Madre de Deus?


QUE... o 1º Prefeito constitucional do Brejo da Madre de Deus eleito em 1892 em avançada idade, foi o Barão de Buíque, Francisco Alves Cavalcanti Camboim?

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