MORTE EM FESTA DE CASAMENTO
Elpídio Rodrigues Meira Tôrres, era casado com dona Júlia Dias Tôrres. Foi comerciante , proprietário e exerceu atividades políticas em Panelas, Pernambuco. Tinha muitos amigos, mas tinha também vários inimigos. Atribuia-se abertamente a Elpídio o assassinato de Francisco José de Lucena, vulgo Durino, fato ocorrido no ano de 1914, numa emboscada no lugar "Saco de Cobras".
No dia 5 de fevereiro de 1926, houve uma festa de casamento em Panelas, e como é de costume, realizou-se a tradicional dança. Elpídio e amigos se faziam presentes. Lá também se encontravam elementos do Destacamento de Polícia local, como sempre ainda hoje acontece nas festas de casamento do interior nordestino. Dentre estes estrava um Soldado chamado Francisco, que não gostava de Elpídio por haver este o denunciado ao Delegado, sobre a acusação de ter o dito militar praticado um ato incorreto, utilizando um cavalo numa diligência policial, sem a devida autorização do proprietário do animal, e ainda ao regressar deixando o mesmo animal solto e abandonado, e extropiado, por trás das ruas.
Há dias que o dono do cavalo procurava-o, sem no entanto saber do seu paradeiro, encontrando-o dias depois todo mal tratado e cortado por esporas, estava doente. Procurando inteirar-se de tudo e tomou conhecimento do acontecido, resolvendo levar o caso ao conhecimento do seu parente Elpídio, que não teve dúvidas, levando o assunto ao Delegado de Polícia e pedindo providências.
Sendo chamado pelo Delegado e Comandante do Destacamento, o Soldado Francisco ficou exasperado chegando a perseguir o dono do cavalo, que juntamente com dois irmãos estava nessa festa de casamento. Resolveram os três irmãos "pegarem" o tal Soldado e vingar-se das perseguições e assim o fizeram. Ficaram espreitando o Soldo, e quando este se encontrava só na cozinha da casa da festa, meteram-lhe uma paulada na cabeça, e com a zuada da dança ninguém notou nenhuma anormalidade.
Quando tentavam colocá-lo em uma despensa alí existente, ocorre que a dona da casa resolve ir a cozinha e em lá chegando encontra os três irmãos arrastando o Soldado Francisco e a mulher solta um terrível grito, que despertou a atenção de muita gente, tendo parado a harmônica (fole musical), e chamado um outro Soldado que na dança se achava, tendo a briga se generalizado. E o "pau comeu", entre adversários que participavam da festa.
Foi então que o Soldado vendo o seu companheiro ferido, corre até o Quartel e comunica aos demais componentes do Destacamento e do Delegado de Polícia, qua apanham os fuzís e vão para o local da confusão e começam a atirar indistintamente, fazendo muita gente correr e dessa correria ocasionando ferimentos diversos, inclusive um mortal em Elpídio Rodrigues Meira Torres.
Familiares de Elpídio denunciaram como responsáveis pelo crime de morte, o Cabo Amazonas do Destacamento de Polícia de Panelas, o então Delegado em exercício Sr. Manoel Sizenando Gomes, que inclusive respondeu perante à Justiça por esse assassinato, tendo gasto bastante dinheiro com a sua defesa, mas foi absolvido da imputação como co-autor.
Anos depois, na década de 1950, o Sr. Manoel Sizenando Gomes candidata-se à Prefeito Municipal de Panelas, tendo sido eleito e governado decentemente a comunidade. É falecido, tendo deixado numerosa prole.
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