quarta-feira, 12 de agosto de 2009

HERÓI DA GUERRA DO PARAGUAI DO BREJO


Vale a pena transcrever a crônica de autoria de Adeth Leite nas páginas do Jornal do Commercio em agosto de 1952, sob o título: "Um matuto do Brejo na guerra do Paraguay", que assim está escrito:

"Osório, Barroso e Tamandaré foram intrépidos cabos de guerra que cobriram de glórias a Pátria nos campos de batalha. Pela bravura com que se houve, ficou, entretanto, na alma do povo brasileiro, essencialmente romântica, o gesto heróico daquele destemeroso voluntário, na refrega da Curupaiti, em Curuzu, o bravo voluntário Francisco Camerino que, ferido gravemente e recusando tomar o clorofórmio, recita no momento extremo estes singelos versos de sua autoria e que bem definem a sua bravura e a sua indomável coragem:

"E ou morre o homem na lida.

feliz, coberto de glória;

ou surge o homem com vida,

mostrando em cada ferida

o hino de uma vitória."

Para a sua glória, era bastante que ele tivesse sido soldado voluntário na campanha do Paraguai, mas é que acima do soldado cumpridor do seu dever, ele era poeta e foi por causa da sua poesia que o seu nome ficou ligado à História da Pátria.

Muitos são os exemplos dos filhos de todos os rincões da Pátria, partindo em seu auxílio, quando a sua soberania está periclitando. Daqui mesmo do nosso Estado. da nossa Capital, da mata luxuriante dos carrascais do sertão ou das brenhas do agreste, seguiram para combater o intruso Lopez muitos jovens, ungidos do amor sagrado ao pátrio torrão, covardemente agredido na sua soberania. Não precisamos enumerar os exemplos que são incontáveis, mas queremos destacar um matuto do agreste pernambucano, um voluntário, um simples soldado, que pela sua bravura e pelo heroísmo voltou da Campanha, de que participara durante cinco anos, condecorado e com a patente de Capitão.

Quiseram mudar o nome da sua terra natal para MADRE DE DEUS, mas nós que nascemos vizinhos do seu município, nós que, nas aulas do Professor Pimpa, apredemos que os limites do nosso município, eram ao norte Brejo da Madre de Deus, ao sul, São Bento e ao leste São Caetano e ao oeste Pesqueira, jamais grafaremos o nome do município do voluntário JOAQUIM FALCÃO, sem aquele complemento: BREJO DA MADRE DE DEUS!

A família FALCÃO é tradicional naquele município e toda a cidade está agora empenhada, através da sua Câmara Municipal na edificação de um busto, em praça pública, daquele voluntário brasileiro que soube honrar nos campos de batalha, a sua gleba, e a sua Pátria, lutando com ardor sob o Comando de Caxias, no glorioso feito de Humaitá, o pracinha brasileiro do Brejo da Madre de Deus, por ato de bravura é promovido a Tenente do Exército Nacional e quando as tropas brasileiras triunfam, na Batalha do Avaí, na trincheira do Itororó e o pavilhão pátrio é hasteado nas ruas de Assunção, em 5 de Janeiro de 1868, entre os soldaos do Brasil, marchava garbosamente o Tenente Joaquim Cordeiro Falcão, promovido logo em seguida e por ato de bravura ao posto de Capitão.

A família Falcão conserva com orgulho as condecorações e o Diploma do seu ancestral que prestou relevantes serviços à Pátria durante cinco anos. O Capitão Cordeiro Falcão, pelo seu destemor e pela sua bravura é uma daquelas baraúnas dos sertões pernambucanos que jamais tombará. O seu exemplo e a sua história passará de geração em geração como um marco e como um ensinamento, incutindo aos seus descendentes o amor sagrado à terra e à Pátria.

Ganha a batalha, vitoriosas as nossas tropas, volta o Capitão para a sua gleba, e nela se conserva como um humilde cidadão, sem ostentar grandeza e sem arrotar bravura, para ocupar o modesto cargo vitalício de Escrivão de Órfãos do Termo do Brejo da Madre de Deus.

Daqui, desta coluna, concitamos os dignos filhos da terra do valoroso caboclo que não mediu sacrifícios para dar o seu sangue ao serviço da Pátria; daqui, concitamos os ilustres Vereadores do Município do Brejo da Madre de Deus, a promoverem os meios, no sentido de que seja erigido, na praça pública, um busto àquele que acima dos seus interesses individuais ofereceu toda a sua existência ao serviço da Pátria.

E os filhos da sua terra que cultuam a memória do Capitão Joaquim Cordeiro Falcão, como um símbolo de brasilidade, têm a obrigação de perpetuar no bronze, de assinalar no bronze às futuras gerações, o exemplo e a bravura daquele Soldado Voluntário que soube honrar a vossa terra e a vossa gente.

O Secretário de Educação e Cultura que é filho do Brejo da Madre de Deus, muito poderá fazer para a concretização da idéia. Concitámo-lo também a cooperar.

Francisco Camerino já está consagrado na memória do seu povo através daqueles versos, de sua autoria, que todos nós sabemos de cor e salteado; e cada dia mais o admiramos pela abnegação com que soube defender o pátrio torrão, na hora precisa e no momento oportuno.

Os pernambucanos, especialmente filhos do Brejo da Madre de Deus, precisamos de saldar a nossa dívida de gratidão para com o Pracinha tão nosso e tão matuto como nós, que soube também honrar a bravura pernambucana nos campos de batalha, erigindo na praça pública o seu busto e citando os seus feitos para que os pósteros não indaguem depois, como naquele poema de Manuel Bandeira: "Quem foi?."

Daqui, enviamos o nosso aplauso e a nossa solidariedade ao povo do Brejo da Madre de Deus. É tempo de saldarmos as nossas contas para com aqueles que direta ou indiretamente construiram a nossa soberania."

2 comentários:

  1. QUE TRAPALHADA ESSA MATÉRIA - ESTÁVAMOS PESQUISANDO CAMERINO, A MATÉRIA FOI EMENDADA COM NOTÍCIAS DE UM CAPITÃO PERNAMBUCANO DE BREJO DA MADRE DE DEUS, QUE NÃO TEM NADA A VER COM FRANCISCO CAMERINO, O HEROI PAISANO DE CURUPAITY. OS VERSOS QUE ELE TERIA DECLAMADO E QUE CONSTAM ACIMA, APESAR DE VERDADEIROS NÃO SÃO DE SUA AUTORIA.ISSO É BAGUNÇA HISTÓRICA.

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  2. PREZADO RUY: A CRONISTA ADETH LEITE FEZ PUBLICAR A MATÉRIA MENCIONADA EM AGOSTO DE 1952, COMO SE NOTA NA REPRODUÇÃO JORNALÍSTICA. ISTO É, HÁ 61 ANOS PASSADOS, E NÃO SEI SE A MESMA É VIVA PARA LHE FORNECER INFORMAÇÕES A RESPEITO DO ASSUNTO VENTILADO. O QUE ME INTERESSOU FOI O ASSUNTO ATINENTE AO CAPITÃO JOAQUIM CORDEIRO FALCÃO LÁ DO BREJO DA MADRE DE DEUS-PE, LEVANDO-SE EM CONTA QUE JÁ PUBLIQUEI ALGUNS LIVROS SOBRE A HISTÓRIA DAQUELE MUNICÍPIO. CABE AINDA AOS DESCENDENTES DA CRONITA ADETH LEITE, QUE NÃO A CONHECÍ, QUERENDO ELES DESCENDENTES, SE MANISFETAR. ABRAÇOS NEWTON THAUMATURGO-CARUARU-PE

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