De Vitalino as mãos eram mãos santas
Que modelaram, em barro, os nordestinos
E transportaram a dor e os desatinos
Para os bonecos tantas vezes, tantas!
Bonecos tristes quanta vezes, quantas?!
Minha alma cega, por meus olhos, viu;
A tua dor, meu coração sentiu
no canto mudo que 'inda hoje cantas!
Soprou-se a vida num boneco mudo
Que sem falar, assim, dizia tudo
dos Nordestinos, dos destinos seus,
Advertência dos que nascem pobres
Pelas mãos rudes que ficaram nobres,
Abençoadas pelas mãos de DEUS!."
(o poeta Rafael dos Santos Barros faleceu recentemente)
A CIDADE SE APRESENTA
de: Rafael dos Santos Barros.
Pela voz dos cantadores
Pelos versos dos Poetas
Pela Força dos Atletas
Pelos "ais" dos Sofredores
Pelos que choram cantando
Pelos que estão trabalhando
Pelos que não têm amores
Pelas mãos dos Ceramistas
Pelas Peças dos Artistas
Pelos que gritam Louvores
Pelo Time do Central
Pelo seu bom Carnaval
Pelos seus Compositores
Pelas Festas de São João
Pelo subir do Balão
Pelas Ruas Multicores
Pelas Morenas Dengosas
Pelas Mulheres Formosas
Pelo Olhar dos Sonhadores
Pelos Gurís sem Maldade
Pelas suas Faculdades
Pela Voz dos seus Doutores
Pela Noite que Seduz
Pelo Monte Bom Jesus
Pela Catedral das Dores
Pelas suas Emissoras
Pelas Classes Produtoras
Pelo Dom dos Professores
Pela Feira Gigantesca
Pela Vista Pitoresca
De Norte, Sul, Leste, Oeste
Onde o homem segue o Trilho
E se ufana de ser Filho
da "Capital do Agreste."
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