segunda-feira, 31 de agosto de 2009

MORTE DE "DURINO" O DESTEMIDO






O VALENTE E TEMIDO "DURINO"







Existia uma ferrenha intriga entre Durino (Francisco José de Lucena) e Elpídio Rodrigues de Meira Torres. Certa vez Elpídio havia sido "desfeitado" por Durino por questões políticas da época, possivelmente para satisfazer chefes de facções partidárias antagônicas, e Elpídio alimentava o desejo de vingança, e para isto já havia mandado emboscar Durino maais de uma vez, sendo sempre insucedido nessa horrendas empreitadas, graças também ao cavalo de Durino, que treinado para enfrentar situações dessa natureza, tanto baixar-se como pulava obstáculos, livrando-o de muitos perigos pressentidos por Durino, daí o seu justo nome : "Sabido"". Era um cavalo muito bom e bonito.

Residindo na então Povoação de Lagoa do Souza, hoje Vila, pertencente ao Município de Lagoa dos Gatos nos limites com Panelas, Durino tinha apenas três caminhos a seguir tanto para ir de Panelas para casa como vice-versa, que eram pelos Sítios Boqueirão, Brejinho e Saco das Cobras. Quando Durino desconfiava de qualquer coisa, mudava de itenerário e as emboscadas preparadas sempre falhavam, era como uma espécie de percepção extra sensorial que lhe favorecia. Outras pessoas diziam que ele era favorecido por "rezas fortes".
Um afilhado de Durino, conhecido por "Zé de Ana", mas que vivia em companhia de Elpídio, seu inimigo número um, prontificou-se a matar Durino dizendo para Elpídio:

"ELE É MEU PADRINHO, MAS SE O SENHOR QUISER EU QUEBRO ELE." ("Quebrar é sinônimo de matar de emboscada).

Elpídio não aceitou a proposta de "Zé de Ana", dizendo que não dava certo, pois ele era seu padrinho, e que ele mesmo sabia como fazer.

No ano de 1914, Elpídio armou novo esquema, com homens armados com rifles nos trechos das estradas que passavam pelos Sítios Boqueirão, Brejinho e Saco das Cobras, colocando em cada emboscada três pessoas. Era um dia de sábado a tarde, dia da feira em Panelas. Durino estava na Igreja-Matriz do Bom Jesus dos Remédios onde seria padrinho de uma criança filha de seu amigo Epiphânio e de uma amante dele. Após o batizado Durino e o casal seguiram viagem a Lagoa do Souza onde moravam. Ao passar pelo caminho escolhido, que foi "Saco de Cobras", no trecho chamado por "APERTADO", Durino que ia na frente do já compadre Epiphânio, em dado momento ouve um estampido. Havia sido de rifle que atingiu Durino, e este, virando-se baleado disse: "Por que você fez isto compadre Epiphânio?." Não houve tempo para Epiphânio responder que não havia sido ele o autor do disparo, e Durino usando um revólver calibre 44, deu mortal tiro em Epiphânio. A mulher mãe da criança que vinha montada na garupa do animal e abraçada segurando-se em Epiphânio, com a mão sobre o seu peito esquerdo, teve a mesma perfurada pela bala que matara Epiphânio. Durino se enganara. Em seguida novos tiros foram desfechados sobre Durino pelos rifles de Elpídio e seus comparsas. O cavalo "Sabido" de Durino disparou com ele montado e mais adiante Durino caiu dos arreios e seguido em desabalada carreira, indo parar na casa de Durino em Lagoa do Souza, enquanto Durino mortalmente ferido, recebe mais quatorze tidos de rifles na cabeça pelos criminosos o seguiram.

Depois dessa morte os assassinos ficaram homiziados em uma propriedade de um amigo de Elpídio da família Gouveia. O estrago provocado na cabeça de Durino foi enorme, a ponto de expor a massa célica, que foi trazida em um lenço para ser sepultada junto ao corpo do mesmo, que chegando a Panelas para receber do Padre a "Encomendação da Alma", o Vigário recusou-se alegando que não podia fazer nada pelo morto, face as circunstâncias da morte, pois nem mesmo "SINAL" (toque fúnebre do sino da Igreja) era permitido. Durino foi enterrado sem assistência religiosa face às normas daquele tempo.

Durino era casado com dona Anna Galvão, a quem chamavam por "Aninha", de tradicional família panelense.

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