terça-feira, 29 de setembro de 2009

2ª EDIÇÃO DA HISTÓRIA DE PANELAS FOI PUBLICADA

No ano de 1980 consegui a publicação do livro sobre a "História de Panelas--- Terra dos Cabanos", e no ano de 1998 fiz publicar a 2ª Edição
melhorada desse trabalho. antes, porém, consegui publicar o livro sob o título "O Barão de Buíque--- Barão do Poço". Em 2001 foi publicado o 1º Volume da "HISTÓRIA DO BREJO DA MADRE DEUS" e em 2003, consegui a publicação do 2º Volume, o que foi lançado solenemente no Plenário da Assembléia Legislativa de Pernambuco, graças ao Deputado Antônio Moraes atendendo pedido do Bel Ademilson Cordeiro. Restam ainda, e espero conseguir as publicações dos quatro (4) Volumes sobre a História do Brejo da Madre de Deus que já se encontra totalmente concluídos, aguardando uma oportunidade para que esse meu desejo seja realizado.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PELOURINHO, SUA ORIGEM E SIGNIFICADO





A origem do "Pelourinho", segundo alguns abalizados historiadores, vem de uma coluna de pedra, pilastra erguida no meio da praça pública, com pendentes de ferro ou de bronze, onde eram amarrados os condenados a açoites públicos, expostos à execração e ao suplício. Há, no entanto, entre historiadores, duas correntes divergentes: uns que acham que os condenados eram escravos. Outros, a exemplo do professor Cid Teixeira, garantem que oc comerciantes que roubavam no peso "ficavam presos para o escárnio da população."


Geralmente, essa coluna era colocada em frente aos Paços Municipais, erguidos com a criação de Vilas ou Cidades, valendo adiantar que muitos desses "Pelourinhos" foram feitos com madeiras e postos defronte de Casa da Câmara, e também em vários casos em frente das Cadeias Públicas das Vilas ou Cidades, e chamados equivocadamente de "Forca". Na realidade o "Pelourinho" simbolizava a autonomia administrativa da Vila, e na então Vila do Brejo da Madre de Deus-PE, o "Pelourinho" foi construído a partir de 1833 quando o Povoado foi elevado à categoria de Vila, e ficava na então "Rua das Laranjeiras", onde também ficava a antiga Cadeia Pública, depois denominada de Rua Barão de Buíque até a presente data. Por ignorância demoliram o "Pelourinho" que era feito com madeira de lei e era história viva.

CÓDIGO DE POSTURAS DO BREJO - 04.06.1836




No período Imperial as Câmaras de Vereadores eram compostas de 7 Vereadores nas Vilas e 9 nas Cidades, e podiam enviar proposta à então Assembléia Provincial de Pernambuco, para apreciação plenária, do Código de Posturas Municipais.

Em data de 04 de junho de 1836 foram instituídas as seguintes Posturas:


"POSTURAS DA CÂMARA MUNICIPAL DA VILLA DO BREJO:


A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA PROVINCIAL DE PERNAMBUCO, sob proposta da Câmara Municipal da Villa do Brejo da Madre de Deus,

DECRETA as seguintes Posturas:

Artigo 1 - Ninguém terá porcos vagando pelas ruas desta Villa, sob penna de lhe serem tomados, vendidos em leilão, e aplicado o seu producto, depois de deduzidas as despezas, para as despezas da Câmara.

Artigo 2 - Não se poderão conservar nas terras do Patrimônio de São José, gado cabrum e ovelhum solto, e os contraventores soffrerão a multa de 320 réis por cabeça, e mais a perda do animal, que se arrematará para as despezas da Câmara.

Artigo 3 - Os proprietários e foreiros de terras, devem roçar as suas testadas nos mezes de março e junho de cada anno, e os que o não fizerem no tempo designado, soffrerão a multa de 4$000 réis.

Artigo 4 - Todo aquelle, que comprar, ou vender por pezos falsificados, assim como vender gêneros corrompidos, soffrerá multa de 10$000 a 30$000 réis.

Artigo 5 - O indivíduo que, dentro desta Villa, e na circunferência de 50 braças disparar armas de fôgo, excetuando para matar algum reptil venenozo, condenado, ou fora, será multado em 1$000 réis por cada tiro e no duplo pela reincidência.

Artigo 6 - Os taverneiros, lojistas e passageiros, que nesta Villa venderem fazendas, líquidos e víveres, terão para o primeiro gênero vara, e côvado; para o segundo medida de meio quartilho e recontra; e para o terceiro, as medidas apropriadas, todas aferidas e afiladas; os contraventores soffrerão a multa de 1$000 réis por cada medida não aferida.

Artigo 7 - Todos os vendedores de carnes verdes, e seccas, e todos os companheiros de algodão, terão aferidos os pezos de libra até arrôba, e de huma quarta até libra; e os que o não cumprirem soffrerão a multa de 1$000 réis por cada pezo aferido.

Artigo 8 - He prohibido esquipar e correr a cavallo dentro das ruas desta Villa de dia, e de noite; os contraventores além da responsabilidade do danno que causarem, soffrerão a multa de 1$000 réis por cada vez e sendo escravo, soffrerá 24 palmatoadas, sendo permitido a seu senhor a opção da multa.

Artigo 9 - A ninguem he lícito vender pólvora dentro desta Villa, e o infractor pagará pela primeira vez a multa de 8$000 réis e pelas mais, alem desta multa, se lhe tomará a pólvora para as despezas da Câmara.

Artigo 10 - Os habitantes desta Villa conservarão as testadas das suas casas limpas, e aceiadas; e depois da feira, farão varrer as inmundícias que ficarem. No mez de junho de cada anno, entulharão as cavidades, que as chuvas abrirem pelas ruas, e o infractor pagará por cada vez a multa de 1$000 réis.

Artigo 11 - Serão retiradas das terras do Patrimônio de São José, os gados que nellas existem; os que contrariarem a esta determinação pagarão 1$000 réis por cada cabeça, e na reincidência o duplo até 30$000 réis.

Artigo 12 - Nenhum carneceiro matará rez alguma antes de amanhecer o dia, e nem levará a carne ao açougue sem que esteja limpa, e livre de qualquer corrupção; os contraventores pagarão a multa de 1$000 réis por cada vez, e a sua custa se lançará fora a carne, que estiver corrupta.

Artigo 13 - Todos os habitantes desta Villa devem caiar, e consertar as frentes de suas casas; assim como as calçadas, tudo no mez de Dezembro de cada anno, sendo as calçadas de quatro palmos; os contraventores pagarão 2$000 réis de multa e a sua custa se farão os indicados consertos.

Artigo 14 - Fica prohibido todo o jogo de azar a dinheiro. Nas tavernas ficão prohibidos todos os jogos de qualquer natureza que sejão; os contraventores soffrerão a multa de 8$000 réis e nas reincidências além desta multa, soffrerão mais 2 a 6 dias de prizão.

Artigo 15 - As fontes públicas desta Villa se conservarão sempre limpa; ninguem cortará as árvores sombrias, que existem ao redor das mesmas fontes; só se fará lavagem de cavallos e roupa em distância de cinco braças, e de maneira que as águas não corram para as fontes; os contraventores pagarão a multa de 1$000 réis por sí, ou por seus escravos.

Artigo 16 - Todo o indivíduo que quizer tocar fogo em roçados participará com antecedência aos que tiverem lavras vizinhas; e os que assim não o fizer, além do prejuízo de terceiro, soffrerá a multa de 4$000 réis e de 4 a 8 dias de prizão.

Artigo 17 - Fica designado o lugar das Avencas, ao lado da Cacimba de Pedro, para despejo dos caroços de algodão, e mais imundícias, e lixos; os contraventores soffrerão a multa de 1$000 réis por cada vez e mandarão a sua custa conduzir o objeto para o lugar designado.

Artigo 18 - Todo aquelle que tiver terreno aforado no Patrimônio de São José e dentro desta Villa, levantará as casas no prazo de hum anno, findo o qual verá levantar por outro.

Artigo 19 - Fica designado para as Feiras desta Villa, o terreiro que principia da casa do proprietário Antônio Henrique de Miranda até o Pátio da Capella de Nossa Senhora da Conceição.

Artigo 20 - Ficão prohibidas as vozarias fora de horas nas ruas desta Villa, assim como batuques de qualquer qualidade; os contraventores soffrerão a multa de 1$000 réis e 2 dias de prizão, e sendo escravo soffrerá 25 açoutes, tendo o seu senhor a opção da multa.

Artigo 21 - Ninguem lançará tinguí ou outras hervas venenozas para matar o peixe nos rios deste Município, sob pena de ser multado em 6$000 réis a 18$000 réis, salvo o prejuízo de terceiro.

Artigo 22 - São prohibidas, as caçadas nas propriedades alheias, sem permissão de seus donos; pena de 4$000 réis a 24$000 réis de multa, salvo prejuizo de terceiro.

Artigo 23 - Todo aquelle que quizer fundar cazas dentro desta Villa fará as portas de 11 palmos de altura, e 4 de claro; o contraventor verá desmanchar as postadas a sua custa, e soffrerá a multa de 24$000 réis.

Paço da Assembléia Legislativa Provincial de Pernambuco, 4 de junho de 1836--- Décimo quinto da Independência e do Império= Thomaz Antônio Maciel Monteiro-Presidente= Laurentino Antônio Moreira de Carvalho-1º Secretário= Luís Rodrigues Silva-2º Secretário= Conforme. O Official-Maior Rufino José Correia de Almeida." (Este documento encontra-se transcrito no livro HISTÓRIA DO BREJO DA MADRE DE DEUS, de Newton Thaumaturgo, Volume VI a publicar).

domingo, 27 de setembro de 2009

O EINSTEIN MATUTO - JOSÉ DO PATROCÍNIO


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Em dezembro de 2003 recebi via Correios, um Cartão natalino e de Boas Festas do prezado amigo e famoso Jornalista pernambucano do Brejo da Madre de Deus-PE, JOSÉ DO PATROCÍNIO OLIVEIRA, que reside há muitos anos em Recife, e simulava em foto no dito Cartão, o gesto histórico do famoso cientista Einstein, isto é, a língua estirada, escandalosamente estirada. Foi assim que o "Einstein Matuto" fez para mim, e ainda no final da sua assinatura fez uma caricatura sua, com óculos e tudo. É uma figura ótima, fora de série. Merece aplausos.

sábado, 26 de setembro de 2009

DONA TITA -= UM EXEMPLO DE MÃE E MULHER

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Conheci dona Tita (Severina Estelita de Mello) há muitos anos atrás por intermédio do seu filho Ronaldo Melo, meu amigo e colega de trabalho em Assessorias Municipais. No dia 1º de janeiro de 2008, Deus a chamava à Mansão Celestial o que foi plenamente atendido. Tornou-se um amiga com quem dialogava quase mensalmente sobre vários assuntos, notadamente os religiosos, pois dona Tita lia muito, e não só lia livros religiosos, de tudo um pouco, mas mesmo em avançada idade nunca deixou de ler, e pasmem, sem usar óculos. Eu gostava de lhe presentear com livros e ela adorava. Gostava muito de mim, e sempre indagava a Ronaldo sobre a minha pessoa para saber como eu estava. Certa vez esteve na minha chácara situada na Vila de Peladas, daqui de Caruaru, e andou pelo terreno descalça, e perguntei se descalça não lhe incomodava o chão, e ela respondeu imediatamente: não, pelo contrário a nossa energia fica renovada e faz bem a saúde. Participei a convite de dona Tita do seu Aniversário Natalício, quando completou 80 anos, com uma linda celebração de uma Missa em Ação de Graças na igreja de São Francisco no Bairro conhecido por "Rua Preta" contando com as presenças de celebrantes como Dom José Cardoso Sobrinho, Arcebispo de Olinda e Recife e de irmão Dom Paulo Cardoso, Bispo de Petrolina, ambos sobrinhos de dona Tita. Foi uma festa bonita, que contou também com as presenças de todas as filhas e filhos, além de netos e outros familiares e amigos. Achei por bem, agora, prestar-lhe esta simples homenagem em meu Blogspot.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

RIVALIDADE ENTRE FRANCISCANOS E RECOLETAS












Registra o escritor Pereira da Costa em seus "Anais Pernambucanos", Volume VI, página 121, que existia uma briga aberta entre os Frades Franciscanos e os Congregados da Madre de Deus, ou Recoletas; e relata:


"Conta-se que em umas da conclusões, em que o auditório conferiu, nas suas expansões de aplausos, as honras do triunfo aos Padres Franciscanos, voltara-se um religioso, no auge do entusiasmo, para um Padre da Madre de Deus, e dissera-lhe:



"Veja Vossa Reverendíssima, quantos sacos de carvão são necessários para produzir um só de cinza!..."
Amarga alusão!

Os Padres da Madre de Deus, pela cor preta das suas vestes sacerdotais, era vulgarmente conhecidos por "Sacos de carvão", e os franciscanos por "Sacos de cinza", da cor cinzenta de seus hábitos.

PRIMEIRA PROFESSORA PÚBLICA DO BREJO E DE CARUARU TAMBÉM





"Termo de Posse"


Termo de posse da Professora ANNA JOAQUINA PERES CAMPELLO DE MELLO, para a Villa do Brejo--- Data da posse e Sessão da Câmara que a empossou: Sessão Extraordinária de 13 de outubro de 1838".

O Brejo teve assim a sua primeira Professora Pública, que por sinal era casada com o Professor Silvestre Antônio de Oliveira Mello, tendo sido a mesma Mestra a primeira Professora Pública também em Caruaru, cuja posse ocorreu na Câmara de Caruaru em novembro de 1850.

Conforme consta na Ata da Reunião Extraordinária da Câmara do Brejo da Madre de Deus, realizada no dia 8 de agosto de 1838, foi concedida Licença para Tratamento de Saúde por 15 dias ao Professor de Latim, Padre Pedro Marinho Falcão (1º) para que o mesmo se tratasse no Recife, ficando lhe substituindo na referida "Cadeira", o Dr. José Theodoro Cordeiro Júnior.

DADOS GERAIS ANTIGOS DO BREJO -1884-1886-1890





Dados gerais sobre o Brejo da Madre de Deus-PE ao Presidente da Província de Pernambuco, referentes aos anos de 1884 à 1890:


Existe no Museu Histórico do Brejo da Madre de Deus-PE, um Livro onde eram registradas todas as correspondências recebidas e expedidas pela Câmara de Vereadores, e o seu "Termo de Abertura" está assim constituído:


"Termo de Abertura"


Há-de servir este Livro para nelle serem registrados os offícios que pella Prezidência forem dirigidos a esta Câmara e as respostas que para ella forem dadas e vai por mim numeradas e rubricadas com o meu cognome de "Cord. Mergão", e leva no fim o competente Termo de Encerramento. Villa do Brejo em Sessão Extraordinária de 9 de fevereiro de 1857. Frederico Cordeiro de Carvalho Mergulhão."



Correspondência dirigida ao Presidente da Província de Pernambuco:


" Esta Câmara em observância da Circular dessa Presidência, datada de 19 do passado, passa a responder os quesitos da circular de 25 de novembro do anno próximo findo, pela forma seguinte: A Comarca do Brejo da Madre de Deus foi criada em 1833, e a Villa, Sede da mesma Comarca, elevada a cathegoria de Cidade pela Lei Provincial Nº 1.327, de 4 de fevereiro de 1879. A Cidade está situada em terreno accidentado, e é uma das mais importantes do Centro, não só pelo seu commercio, indústria, riqueza e agricultura, como pela sua população superior a 16 mil habitantes; dista da Capital 210 Kil.; 130 da Estação de Limoeiro, a 60 da Cidade de Caruaru, que há de ter brevemente estrada de ferro; e cerca de 36 Kil. dos limites da Parahiba; em geral os caminhos são bons. Tem a Comarca um só Município e três Freguezias, que são: BREJO, cuja invocação é São José, criada em 1797 e inaugurada em 1799 pelo Visitador Cônego Joaquim Marinho Saldanha, tendo as seguintes Povoações: Serra do Vento, com uma igreja sob a invocação de São Vicente, inaugurada em 1857, a 18 Kil. da Sede da Comarca. MANDAÇAIA, igreja de Santo Antônio, construída em 1800, distante 30 Kil.= RIACHO DOCE, povoado florescente com alguns estabelecimentos commerciaes, edificação bôa, feira com abundância, para o consumo da população, igreja de São Jm. e de N.S. da Conceição perto de 50 Kil.= COURO D'ANTA tendo uma igreja sob a invocação de N.S. da Conceição, inaugurada em 1856, escola e feira, distando da Sede da Comarca perto de 100 Kil.= FREGUESIA DE JACARARÁ sob a invocação de S. Antônio, ao Poente da Comarca, criada pela Lei Provincial Nº 1.364 de 6 de abril de 1879, tendo as povoações de Jacu, onde está a igreja de S. Antônio, construída em 1800, tem escola e fica a 54 Kil. da Sede da Comarca; SANTA CRUZ, situada numa planície a margem do rio Capibaribe, igreja sob a invocação de S. Antônio e construída em 1857; JATOBÁ a 30 Kil., povoação florescente, bôa feira, alguns estabelecimentos commerciaes, agência do Correio, escola, com uma igreja com a invocação de S. Sebastião= FREGUESIA DE N.S. do Bello Jardim, florescente de grande futuro, cortada pelo riacho Bitury de excelente água potável, muitos estabelecimentos commerciaes, boa edificação, escola, agência do Correio, 2 igrejas a N.S, da Conceição e a do Bom Conselho, distando da Sede da Comarca 40 Kil., tem também o Povoado denominado RAIZ com uma igreja em construção, escola e poucos estabelecimentos. A CIDADE DO BREJO está situada em um brejo ou valle, d'onde se origina o seu nome, formado pelas serras da Prata e São José a 650 metros de altura acima do nível do mar, tem 12 ruas, algumas dellas não tem a uma grande praça, onde tem uma grande cacimba d'água potável, tem uma grande feira, muitos estabelecimentos commerciaes, edificação boa e de gosto, algumas casas de azulejo e bons sobrados, cerca de 220 casas, igreja Matriz e a de N.Sra. do Bom Conselho, Cadeia espaçosa em um próprio provincial, boa casa de Câmara, Juri e Audiências dos Juízes, escolas públicas, agência do Correio, Colletoria Geral e Provincial, Bibliotheca do Club Litterário, etc. etc. = O clima é temperado e salubre e não há moléstia alguma endêmica; o terreno é de grande fertilidade, o povo pacífico e de bôa índole. Tem 150 a 160 fazendas de criação, sendo os principais gêneros de cultura e commercio, o algodão, canna, feijão, mandioca, queijo, fumo, milho, rapadura, açúcar, redes, cordas, obras de couro e outras. Tem cerca de 100 Engenhos e engenhocas e fábricas de rapaduras. Em cada Povoação e Freguesia tem um Cemitério, sendo o mais importante o da Cidade construído em 1857. Na Comarca e em qualquer lugar há bôa água potável, havendo junto a Cidade duas fontes perenes chamadas: Prata e Pingo, cuja água é christalina e fria. Apenas tem na igreja Matriz a Confraria de São José, inaugurada em 1830, cujo compromisso foi approvado em 17 de outubro de 1833. As serras principais denominã0-se: Prata, São José, Amaro, Moleque, Jacarará, Furnas, Jaracatiá, Barra, Carapotós, Cachorro e Torres. Os rios: Ipojuca e Capibaribe banhão a Comarca em muitos lugares, nascendo na Serra das Moças em Jacarará ao Poente da Comarca e como affluentes principais o Bitury e o Tabocas, onde há excelentes Sítios e Engenhos. Há duas lagôas principais na Comarca: a de Inhumas e a da Porta. Supõe-se haver minerais em algumas serras, mas como não havida exploração, deixa-se de mencionar-se. São essas as informações que a Câmara pôde colher em falta de melhores dados. Deus Guarde a V. Exa. Ilmo. e Exmo. Sr. Dr. Sanches de Barros Pimentel, M.D. Presidente da Província."



"Descripção do Município do Brejo da Madre de Deus-PE:



Ao Leste, ao Oeste e Sul é o Município agrestado com pequenas áreas de matas, e ao Norte desde as proximidades da Cidade, estende-se a Zona da caatinga com terreno pedregoso e mais ou menos accidentado.



MAR E PORTOS: não existem, desde que é o Município situado ao Nascente, 50 léguas, do litoral da Cidade do Recife.



ILHAS: igualmente não existem pela mesma razão.



SERRAS: ao Leste e ao Oeste, medindo 400 metros aproximadamente do centro da Cidade, existem parallelamente duas serras de cascatas e de altura vertiginosa, denominadas: 1ª: Serra da Prata e 2ª Serra do Estrago, nome que a tradição lhe tem dado em consequência não só de uma bomba (bomba ou tromba d'água) que em tempos idos rebentou de um dos pontos mais elevados, como pelo estrago por ella operada nos annos, já em lavouras e já em animais que trazitam em suas cumiadas, onde chegam, subindo as flaldas do lado opostas. Ambas conservando a mesma direcção parallelica vão se estreitando até encontrarem a denominada Serra do Vento onde existe um Povoado com feira e algumas casas commerciais, a qual se atravessa para chegar-se da cidade ao Povoado do Capim, hoje districto de Subdelegacia e denominado Bello Jardim, nome aliás bem adaptado a seu clima e perspectiva local.



RIOS E LAGÔAS: o território contém dois rios, um denominado Capibaribe, que nasce na montanha denominada Angú: Serra do Acahy; inegável neste município em consequência de sua estructura e pedregosidade, mas seguindo o seu curso e com auxílio de pequenos affluentes, inclusive o denominado Tabocas, neste Município toma proporções e deságua no Oceano de Pernambuco; e o 2º no districto do Bello Jardim denominado Bitury, cuja nascença é a Leste de pequena cordilheira do mesmo nome, atravessa o centro do Povoado e vai desaguar no Ipojuca ao Sudoeste do Município de São Bento.



SALUBRIDADE: o Município é salubre do contrário que se poderia esperar, segundo as regras de hygiene pública, maxima na cidade, cujo terreno sendo montanhoso e permeável, todas as águas pluviais que durante o inverno se depositam nas camadas sólidas, tendem filtrar em tal quantidade, que rara é a casa ou edifício em construção nos terrenos inferiores que não tenha ou não offereça uma cacimba, originada pello menor orifício que se abra no solo, porém, um pouco ferruginosas.



MINERAIS: há pouca especies de madeiras de construção civil e de marcenaria. Contam-se para a marcenaria o Cedro, a Sucupira e Cumaru, e para a construcção civil: o Pau d'Arco, Aroeira, Baraúna e outras de inferior consistência.



FRUCTAS SILVESTRES: cajú, goiaba, jabuticaba, maracujá, ubaia, pitomba, massaranduba, umbu e camboim, além de outras propriedades que até agora desconhecemos.



ANIMAIS SILVESTRES: caitatu, veado, coelho, mocós, preás, maracajás, raposas, titacas. sussuaranas e saguins, além de outros quadrúpedes da família crostácia.



Relativamente a aves, temos a araquam, jacú, jacupema, cordonís, perdizes, nambu, papagaios, arribação (emigrantes), periquitos etc., e algumas aves cantoras muito vulgares. Temos abelhas e outros insectos melífluos em pequena quantidade, assim como daninhos gafanhotos, lagartas, formigas e saúvas, que destroem as plantações agrícolas e de hoticultura.



Os dois rios de que falamos, Capibaribe e Bitury, em suas enchentes trazem-nos os pequenos peixes denominados: traíras; piabas, acarás, curimatans e pitús (espécie de marisco, etc).

CONSELHO MUNICIPAL RESPONDE AO BARÃO DE LUCENA







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O rio Capibaribe nasce na Lagôa do Angú, cujo território pertencia a Comarca do Brejo da Madre de Deus-PE
"Offício ao Cidadão Governador do Estado de Pernambuco em 22 de agosto de 1890.

Paço da Intendência do Brejo da Madre de Deus, em 22 de agosto de 1890.

Cidadão Governador como solução ao vosso Offício de 19 de abril deste anno dirigido a Câmara Municipal deste Termo dissolvida por Portaria de 12 do corrente encontrado no Archivo sem resposta naturalmente por aguardar aquella Corporação esclarecimentos e preceder pesquizas sobre os quesitos que formão o questionário do mesmo offício, cumpre a esta Intendência responder-vos: por mais exigentes que fossem as indagações e pesquizas procedidas por este Conselho de Intendência no intuito de obter o auto de installação d'esta Câmara data da sua criação e notícia da origem e desenvolvimento do local de sua Sede, dando para isto buscas nos Cartórios e no Archivo da Câmara nada mais pôde este Conselho informar-vos, se não que:

"A Comarca do Brejo cuja Sede é a Cidade do mesmo nome, foi criada em 1833, sendo a Sede elevada à Cidade, digo à Villa, nesse mesmo anno e à Cidade pela Lei Provincial número 1.327 de 4 de fevereiro de 1879, nenhuma tradição existindo com relação a origem desta cidade sabendo-se apenas que em epocha anterior ao anno 1760 já existia o Povoado do Brejo, naquelle mesmo ano os frades da Congregação de São Philippe Nery doaram a então Capella de São José do Brejo, hoje Matriz, meia légua de terra onde está edificada a mesma cidade. Acha-se a mesma cidade sede da Comarca, edificada num valle formado pellas Serras da Prata e São José, 650 metros acima do nível do mar. Foi bastante rica e muito abundante até os annos anteriores ao anno de 1877 quando o terrível flagelo da secca fez declinar consideravelmente as fontes de receita do Município enfraquecendo grandemente a indústria pastoril e agrícola. Até o anno de 1872 era inda a Comarca do Brejo muito cultivada, fazendo então em grande elemento de propesperidade do plantio da canna de 100 o número de engenhocas onde se fabricava açúcar e rapadura. Os rios Capibaribe e Ipojuca banhão diversos pontos da Comarca além de outros como Bitury e Tabocas em cujas margens estão situadas boas moradas e sítios de cafeeiros, sendo o mais importante o do cidadão MANOEL CORDEIRO que já conta 16 mil pés de tão precioso arbusto da flora brasileira. Além da Cidade, Sede da Comarca, conta ella diversos Povoados e lugarejos tais como Santa Cruz, Jatobá, Mandaçaia, Serra do Vento, Cachoeira e Bello Jardim, ostentando o último certa tendência para um futuro dos mais prósperos. Em todos elles há escollas públicas primárias, sendo um lugar, digo, sendo em alguns mixta, assim como tem todos suas feiras em differentes dias da semana. É quanto pode este Conselho levar ao vosso esclarecido conhecimento com relação aos itens de vosso Offício por este respondido. Saúde e fraternidade. Germiniano do Rego Maciel - Presidente do Conselho Municipal do Brejo da Madre de Deus-PE. (Transcrito do Livro de Registro de Correspondência da Câmara do Brejo, fls. 178/179 verso, pertencente ao Museu Histórico do Brejo.)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PRESIDENTE DA PROVÍNCIA FOI JUIZ NO BREJO






Dr. Antônio Epaminondas de Barros Correia, exerceu o cargo de JUIZ MUNICIPAL no Brejo da Madre de Deus, isto antes de ser agraciado com o título honorífico de BARÃO DE CONTENDAS. Era natural do Município de Altinho-PE, e filho do primeiro Professor Público dali, Francisco Joaquim de Barros Correia e de Maria José Alves de Araújo, a Banonesa de Contendas. Bacharelou-se em Direito pela Faculdade do Recife. Foi Promotor Público em Caruaru-PE, aliás o 1º. Tornou-se político após haver casado com a filha do Barão de Escada, que foi assassinado na "Hecatombe de Vitória de Santo Antão".


Foi Deputado Provincial e depois Presidente da Província de Pernambuco por duas vezes. Exerceu interinamente as funções de Governador do Estado de Pernambuco, tendo sido deposto pelo então Presidente Marechal Floriano Peixoto, e partindo daí organizado resistência, ocorrendo sério conflito entre as Forças do Exército e da Polícia. Foi ainda Deputado Geral. Amigo e admirado por José Mariano. Faleceu em 1905 em Amaraji-PE.

QUANDO ABORRECIAM O BARÃO DE BUÍQUE


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Vivia na residência do Barão de Buíque (Coronel Francisco Alves Cavalcanti Camboim), situada na "Fazenda Poço", Município do Brejo da Madre de Deus-PE, um crioulo por ele criado desde criança, pessoa de sua total confiança, cujo nome completo era Vicente Ferreira Xavier, apelidado de "Sêo Ferreira" pelos moradores da região. Era também conhecido pela estupidez com que costumava responder às pessoas que o interpelavam sobre qualquer assunto.



O Barão de Buíque, mais conhecido como Barão do Poço, tinha o hábito de quando o aborreciam muito, mandar pela pessoa que lhe importunava bastante, levar uma "carta" dele ao Delegado de Polícia do Brejo da Madre de Deus, onde recomendava àquela autoridade, que desse uns "bolos com palmatória" e metesse o portador no xadrez da Cadeia local por algum tempo, podendo ser algumas horas ou mesmo dois ou três dias, conforme o caso.

Certo dia, "Sêo Ferreira" abusou da paciência do Barão, que para ele era como se fôsse um pai, e o Barão adotou o mesmo sistema de sempre, isto é, escrever uma "carta" e mandar entregar ao Delegado de Polícia do Brejo; "Ferreira" por sua vez, estúpido, mas experiente com as atitudes diárias do seu patrão, recebeu a incumbência e partiu para cidade do Brejo, e no trajeto, mais precisamente no Sítio Paraguai, havia uma festa de casamento e a dança estava animada. Resolveu ficar ali, sambando a noite inteira, juntamente com alguns conhecidos e outras pessoas da região, tomando constantes "bicadas" de aguardente e pagando outras. No dia seguinte, por volta das seis horas da manhã, pois festa de casamento na zona rural só termina com o Sol posto, "Ferreira" olha para um dos seus companheiros da farra, e indaga: "QUEM QUER GANHAR DOIS MIL RÉIS PARA IR AO BREJO ENTREGAR UMA CARTA DO BARÃO DO POÇO?". E o indagado respondeu que ia sem titubear, pos dois mil réis era um ótimo pagamento para tal viagem. E "Sêo Ferreira" pagou o dinheiro adiatando e a "carta" para o Delegado de Polícia do Brejo.

Soube-se depois, que ao receber a carta o Delegado leu-a, mandando em seguida que fossem dados seis "bolos" em cada mão do portador e três dias de xilindró.

No mesmo dia à tarde, "Sêo Ferreira" chegavana Fazenda Poço, quando o Barão foi cientificado por outros moradores que o seu criado havia regressado da viagem ao Brejo, e resolve mandar chamá-lo e quando este se apresenta, o Barão pergunta:

'VOCÊ FOI AO BREJO?"

"Ferreira" não responde.

O Barão pergunta novamente:

"VOCÊ ENTREGOU A CARTA QUE EU MANDEI ENTREGAR AO DELEGADO DO BREJO?"

E com a sua conhecida ignorância e estupidez, "Ferreira" responde:

" E EU NÃO CONHEÇO AS MANHAS DE SINHORZINHO (tratamento que dava ao Barão) NÃO, É? EU PAGUEI PARA UM BESTA ENTREGAR E LHE DEI DOIS MILRÉIS, E ELE QUE PAGUE O PATO."

O Barão de Buíque sorrindo bastante, foi comentar o acontecido com os familiares, e "Ferreira" nunca mais quís abusar da paciência do Barão.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

REMINICÊNCIAS: PESSOAS DO BREJO


Theodoro Cotdeiro do Amaral("Dóro") proprietário e ex-Tesoureiro da Prefeitura do Brejo da Madre de Deus-PE





Sra. Antônia Campos, esposa do brejense Agnelo Campos (falecidos), de tradicional família, genitora do Dr. Ananias Campos, Dr. Artur, Joel Campos e outros que não recordamos.








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Meu pai, Antônio Thaumaturgo de Gervázio, viveu durante 95 anos e faleceu praticamente lúcido, no Brejo da Madre de Deus-PE. Com a mesma idade e também lúcida na mesma cidade faleceu também a minha mãe, Adélia Maria de Gervázio. Mas referindo-me ao meu pai que gostava mesmo quase centenário, de filosofar. Muitas vezes conversando comigo dizia: "Muita gente reclama porque está velho. Mas eu digo: quem não quiser ficar velho, morra moço. Não tem solução melhor". As vezes alguma jovem por delicadeza falava com ele pela primeira vez e dizia: "como está meu tio?" E imediatamente indagava: "Você é filha de quem?" E a jovem dizia os nomes de seus pais. E o meu pai retrucava: "olhe eu não tenho nenhum irmão ou irmã com esse nome, logo eu não sou seu tio."


Certa vez conversando com ele, afirmava que tinha confiança em determinada pessoa. E ele me dizia:"preste atenção, "Confiança" é uma fábrica de biscoitos. "Esperança" é um ganfanhoto verde. E quem vive de Esperança morre na Caridade. (Fé, Esperança e Caridade). E referindo-se a certas pessoas que costumamos dizer "fulano nasceu pra aquilo", ou seja para aquela atividade profissional, meu pai dizia: "Quem nasceu pra quilo, nunca chega a uma arrôba".


Mas o objetivo desta postagem é a recordação pelo memória de tantas pessoas que conhecemos e até convivemos com muitas delas no Brejo da Madre de Deus, há décadas passadas: lembraças de dona "Ritinha do Pirulito", ela fazia pirulito para vender e a criançada adorava. Era a mulher do Sr. Neco Amaral; dona Bia, mãe de Luiza Araújo e de "José de Bia"; dona Belinha, viúva de Chico Manoel e tinha uma pequena venda; dona Cordeira, mãe de Maria Adalcina Costa; Erasmo Campos (o Gordo), comerciante que gostava de banda Musical; Sr. Arruda e seus filhos fazendo festa de Carnaval e que tinha ligação familiar com o Sr. Chico Janoca; Sr. Joca Tabosa(João Pereira Tabosa) de esmerada educação no trato com as pessoas; dona Irene, Olga, Gercino, Elizeu, Pedro, Miguel, Maria, Manoel, e a Padaria melhor da cidade; os filhos do Sr. Agnelo Campos: Ananias, Artur, Joel, Manoel, Aline e Terezinha; Sr. Tôta,(Manoel Tavares Campos) pai de José César,Jerônimo e Manoel, e mais três filhas: Dulce, Iris e Socorro; Cônego João Amâncio de Araújo Lima, foi Pároco em Belo Jardim e tinha a Fazenda Salobro no Brejo; dona Glorinha (Maria da Glória Aguiar), a Professora, casa do com Sr. Dudu Aguiar, pais de Daniel, Amadeu e Mércia; dona Maria José Cavalcanti, Professora natural de Sanharó; dona Laurita Régis, Professora e esposa do farmacêutico Amauri de Barros Correia; dona Cleonice irmã de dona Laurita e Professora; dona Aurelina, Professora; Sr. Silva, esposo de dona Lica Wanderley, mãe de Edson (Médico), de Terezinha, de dona Nina, e de Zaia (Izael); Lázaro Marinho, de Cacimba de Pedro, vendia leite in natura de casa em casa numa carroça de mão; Vitalino irmão do Sr. Manoel Maracajá (Manoel Sebastião dos Santos), que vendia jogo do bicho e tio da figura humana maravilhosa que é "Dona Dosanjos", que é irmão de Agnelo, Iracema, Julieta e Bento de saudosa memória, e esposa do ex-Vereador José Cirilo de Albuquerque; Salete, Santa, Doninha, filhas do Sr. Mundinho que morava em Tabocas e tinha Engenho de rapaduras; dona "Rosinha do Mestre Rafael" que vendia em sua residência frutas; Sr. Dedé, o maleiro, mágico, fabricava fogos ("bombas trasvalianas") que explodiam com o impacto quando jogadas contra qualquer obstáculo, isto no período dos festejos juninos, e jogavo os 25 bichos do jogo, e sempre acertava e perdia dinheiro; Sr. Antônio Pereira, o Carcereiro, que gostava de festas; Antônio Pereira, o vendedor de rifas em um balaio com bebidas, queijos, etc.,aos sábados e dias de festas, cujo sorteio era o resultado da dezena do milhar do jogo do bicho; José Moreira, o Chefe de Escoteiros e jogador excelente de futebol; Dr. José Nery, Promotor e depois Juiz de Direito da Comarca, que fazia caminhada rezando com um terço às mãos; Sargento Macário, Delegado de Polícia, pai de vários filhos, um se chamava Evandro; Pedro Américo, Motorista de caminhão que conduzia algodão para o Recife da fábrica beneficiadora do Dr. Sebastião Arcoverde que ficava em Avencas; Sr. José Davi, carpinteiro, pedreiro e as vezes Sacristão, auxiliava os Padres nas viagens ao interior da Paróquia, especialmente o Cônego Duarte; Chico Teixeira, motorista de carro de Praça no Brejo; Cícero Cajarana, um botador de água nas casas em latas suspensa por "galão", honesto e trabalhador; Sr. Manoel Patrício, carpinteiro que costumava fazer e vender gaiolas para passarinhos; Cosminho, carregador de água em latas sob um galão, e também Coveiro Municipal; além destes lembramos ainda de Zé Guedes(o jogador que bancava com dados); João Corcundo, que tinha casa de jogo com baralho; Zú, Oficial de Justiça; Dudu, Moacir, Mário e Adejar Cordeiro, Biu de Marreta, Marreta, Doca de "Sêo" Ageu; Dandão irmão de Doca; Sr. Maia; Enoch Cordeiro; Mila irmão de Maia e de Enoch; Barrinho (João de Barros Alencar) Sapateiro; Lulu Cordeiro, irmão de Adejar e filho do Sr. Minú; Sr. Biu da Banca de Bicho, que também tinha um caminhão de aluguel; Sr. Pedro Aleixo, comerciante; Sr. Inácio Alfaiate, que gostava de jogar futebol; Dr. Jocelino Caldas, o Médico; Dr. Jair Cavalcanti, também Médico; Dr. José Carlos de Santana, Médico e Político; Dr. Florentino Couto, Médico; Sargento João Callado, da Marinha, e que tinha o coração no lado direito, casado com Floriza filha do Sr. Valentim e de dona Doninha; José do Patrocínio Oliveira, Jornalista filho do Sr. Orlando Joel de Oliveira, que foi dona da casa comercial "A Predilecta"; Dr. Albérico Porto, Professor e Advogado, residente em Recife mas sempre passava as férias no Brejo, irmão de Sinhôzinho (Alípio Magalhães) e de Izaura e Valdemar ("Dema"); Elizeu Tabosa que construiu parrerais onde uvas da melhor qualidade eram colhidas vendidas e dadas de presente aos amigos; Sr. Gustavo Falcão e sua prole, tendo sido quase tudo na vida pública no Brejo da Madre de Deus, desde Prefeito várias vezes, como Adjunto de Promotor, Delegado, Presidente de entidades sócio-culturais, comerciante, associações religiosas, enfim, uma figura ímpar na vida do Brejo; Sr. Francisco Marinho dos Santos ("Chico Marinho") comerciante de tecidos e artigos diverso, proprietário do primeira Posto de Gasolina do Brejo, proprietário de caminhão, enfim um cidadão que soube educar os filhos e ajudar o desenvolvimento do Brejo do seu tempo.

Brevemente continuaremos a lembrar nomes de pessoas do Brejo.

O ESCRITOR NELSON BARBALHO FALOU:






















Transcrição de uma carta que me enviu o amigo Nelson Barbalho:

"Recife, 3.8.80
Amigo Newton -

Acabo de ler, no DP, sua oportuna carta acerca do Meu Povinho de Caruaru e do CEHM. Quanto às palavras escritas a meu respeito, aqui me apresso a lhe dar o meu muito obrigado. Sua carta serve inclusive como boa publicidade sobre o livrinho, que deverá ser lançado no próximo sábado, na FAFICA. Espero que v. esteja lá.

Quanto ao CEHM, sua opinião é valiosa e precisa. Desconfio que o maior mal do CEHM é falta de dinheiro. A instituição, apesar de vinculada à FIAM, não dispõe de um tostão para publicar coisa alguma. Toda 5ª feira a gente se reúne lá, conversa, conversa-- e tudo não ássa disso. Planos, há muitos. E realizações? Quase nenhuma. Delgado é excelente, mas vive de braços atados, por falta de verba. A revista do CEHM já está com quase dois anos de atraso. Parou no 3º número e o 4º, cuja matéria já teria sido composta nas oficinas gráficas da CEPE, até hoje não deu as caras. Deve ser falta de gaita ou de crédito. Por tudo isso foi que resolvi editar meus livros por conta própria, tentando vendê-los seja diretamente a instituições diversas de Caruaru (Casa da Cultura, Fafica, etc.), seja ao público através das livrarias. Até agora, graças a Deus, vou-me dando bem com a coisa, tanto que já editei Caruaru do Meu Tempo e Meu Povinho de Caruaru, estando no prelo o Baú de Sovina, cujo lançamento talvez ocorra aí na Câmara Municipal, tudo a depender de Elias Soares, com quem já falei, no mês passado, e estou à espera de sua resposta. Por favor, dig a ele que vá ao lançamento do Meu Povinho, no próximo sábado, às 9 da noite, no auditório da Fafica.

Voltando ao CEHM: sabe o qure precisa, com urgância, para o seu funcionamento? Que um deputado estadual o considere órgão de utilidade pública e lhe destine verba própria (sem vinculação à FIAM), com o fim específico de publicar a revista e todos os livros dos historiadores municipais de Pernambuco. Enquanto não houver isso, o CEHM será entidade fracassada, como o está sendo agora, somente.

Bem, a convsersa vai longa e já devo ter enchido o seu saco. Sábado na Fafica conversaremos mais.
Um forte abraço do velho admirador e amigo, NELSON BARBALHO."


OUTRO COMENTÁRIO CORAJOSO DE NELSON BARBALHO:

Há justamente 30 anos passados, mais precisamente no dia 8 de março de 1979, o Escritor NELSON BARBALHO escrevia uma crônica no Diário de Pernambuco, na coluna "Cartas à Redação" com o título "HISTÓRIA MUNICIPAL".

Nessa matéria o famoso escritor lamentava a falta de apoio dos órgãos governamentais e mesmo os não governamentais, aos pesquisadores da História Local em Pernambuco que sem percepção de qualquer recompensa financeira, sempre foram verdadeiros voluntários, fazendo tudo por amor à terra onde nasceram ou viveram algum tempo.

E Nelson Barbalho em certa parte da sua crônica, afirma:

" Aqui e ali, sabe Deus com que esforço, é que vão surgindo alguns abnegados pesquisadores interioranos---José de Almeida Maciel, em Pesqueira; Adalberto Paiva, em São Beto do Una; Alfredo Leite Cavalcanti, em Garanhuns; Alberto Frederico Lins, em Gravatá; Luís Wilson, em Serra Talhada; Valença Júnior, em Quipapá; Ruy Belo, em Barreiros; Antônio Vilaça, em Limoeiro; João Callado, em Lagoa dos Gatos; Van Hoevan, em Jaboatão; Newton Thaumaturgo, em Panelas; José Aragão, na Vitória de Santo Antão; e mais uns poucos--- os quais dão ou deram sua contribuição pessoal, praticamente sem apoio e a compreensão oficiais das autoridades de seus respectivos municípios. Ha mesmo quem tache esses verdadeiros heróis da historiagrafia municipal de Pernambuco de "doidos". Na verdade, doido não é quem se dedica à pesquisa histórica e, sim, quem não conhece o seu passado."

Nessa relação de pesquisadores e historiadores municipais, o autor da crônica, no caso o próprio Nelson Barbalho, por modéstia e humildade talvez, omitiu o seu nome, pois na verdade também podemos dizer que ele foi o "PAPA" historiografia municipal, tendo com muito sacrifício conseguido publicar dezemos de livros sobre Caruaru, o Sertão e Agreste de Pernambuco. Livros que hoje são lidos por muitos estudantes, quer sejam do Ensino Fundamental, quer sejam Universitários. Nelson Barbalho se imortalizou involuntariamente, pelo seu desprendimento. Merece aplausos mesmo "Post-mortem".

HISTÓRIA DOS SINDICATOS RURAIS





Muitos líderes sindicais do setor agrícola, desconhecem a verdadeira história das fundações dos Sindicatos Rurais ou Agrícolas em Pernambuco, e por conta disto dizem que os primeiros órgãos de classe dessa natureza, foram instituídos nas décadas de 50 e 60 do Século passado, no entanto, a Sociedade Auxiliar da Agricultura, tinha a sua Sede no Recife, no Pátio do Paraíso, nº 29, 1º andar, fundada que foi no dia 28 de setembro do ano de 1872, enquanto que a União dos Sindicatos Agrícolas fôra fundada em 6 de março de 1906 e funcionava à Rua 15 de Novembro, nº 512, 2º andar, também no Recife.

Além das entidades acima mencionadas, haviam as Caixas Cooperativas Industriais, sendo uma na fábrica de Camaragibe e outra na Usina Goiana. No tocante ainda aos Sindicatos Agrícolas em Pernambuco, existiam nas primeira e segunda décadas do Século passado, 28 entidades, incluindo-se um Sindicato Regional que funcionava no Recife à Praça Joaquim Nabuco, e os demais nas seguintes cidades: Goiana, Itambé, Amaragi, Gameleira, Bonito, Escada, Cabo, Palmares, Ipojuca, Barreiros, Serinhaém, Rio Formoso, Nazaaré da Mata, Timbaúba, Paudalho, Igarassú, Taquaritinga do Norte, Brejo da Madre de Deus, Canhotinho, São Beto do Una, Garanhuns, Floresta, Pesqueira, Triunfo, Gravatá, Bezerros e Caruaru.

Na década de 50 do Século pretérito, várias associações rurais foram organizadas com denominações diversas, como por exemplo: FRENTE AGRÁRIA, UNIÃO DE LAVRADORES E TRABALHADORES, LEGIÃO AGRÁRIA ou ainda SERVIÇO SOCIAL RURAL. No Rio Grande do Norte, Dom Eugênio Sales, virtuoso Sacerdote Católico, foi um grande incentivador e coordenador dessas organizações rurais. Existiam sociedadses agrícolas e pecuárias dos Plantadores de Pernambuco, uma delas fundada no dia 1º de janeiro de 1955 e também o Serviço de Orientação Rural criado por Sacerdotes Católicos, Nessa época haviam três Sindicatos Rurais registrados no Brasil: o de Barreiros-PE, e os de Ilhéus-BA e Campos-RJ. No dia 2 de setembro de 1961 foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Panelas-PE, cuja instalação aconteceu no dia 10 de outubro do mesmo ano, tendo sido o seu primeiro Presidente o camponês Manoel Gonçalo Ferreira.

Vale registar que no dia 21 de julho do ano de 1915, foi fundada a FEDERAÇÃO DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS DE CRÉDITO AGRÍCOLA, congregando as Cooperativas criadas desde o ano de 1911, cuja Séde era no Recife. Hoje, Pernambuco conta com muitos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e uma Federação dos Trabalhadores na Agricultura, cuja sigla é FETAPE e luta pelas reivindicações dos caponeses pernambucanos.

NO SÉCULO XVII O POVOAMENTO ERA PEQUENO





O Professor Costa Porto na obra "Canhotinho, notas sobre suas origens e evolução política", à página 136 diz:




"No Século XVII, acentua Capistrano, o povoamento não chegara ainda a Bezerros. E nada mais expressivo, para delatar esta "atrofia a sudoeste", do que certos documentos do Tombo do Mosteito de São Bento, publicado no Volume XLI, da Revista do Instituto Arqueológico. O Engenho que os beneditinos possuem em Mussurepe é dado como "nos limites da Capitania, muito ao certam" (pág. 250). Quando, em 1601, as filhas de Gomes Correia pleiteiam uma Sesmaria em Mussurepe, comprometendo-se a cultivar a terra, "tanto que se fosse lá povoando, porquanto estava muito longe pelo certam"; (ib.357). ANDRÉ DE ALBUQUERQUE, pedindo uma Sesmaria nas Tabocas, em 1592, alega que ali se achavam "huns capins quenam servem senam para pastos de gado", isto porque a região ficava "para as bandas do certam", como trecho "muito longe e remoto"(447).

CÔNEGO BARATA VISITAVA SEMPRE O BREJO


O famoso Conego Dr. JOSÉ DO CARMO BARATA, mais conhecido por Cônego Barata, nasceu em Certã em Portugal a 19 de março de 1886 e faleceu a 9 de maio de 1944 no Hospital Português em Recife, Pernambuco.

O Cônego Barata foi trazido para Pernambuco em 1898 como Seminarista, pelo Monsenhor José Batista de Araújo. Ordenou-se em Roma-Itália, a 28 de outubro de 1909, voltando para Pernambuco no ano de 1911.
Residindo em Recife, vinha sempre passar alguns dias na casa da irmã do Monsenhor Batista, situada no Sítio Urubu, isto em 1916. Com o falecimento do Monsenhor aludido e de sua irmã dona Francisca, ele passou a conviver na casa do senhor Cândido Batista de Aguiar, conhecido por "Sêo Candinho", residente este no Sítio São Paulo, do Município do Brejo da Madre de Deus-PE, onde onstruiu auma Capela votada à Nossa Senhora de Lourdes, que foi inaugurada a 11 de fevereiro de 1921.
Durante suas férias era sempre visitado pelo Monsenhor Alberto Antero Pequeno, Monsenhor Afonso e o Padre Prino, todos irmãos e naturais do Crato, Ceará. Realizava festas juninas e natalinas, além de celebrar missas de Ntal em Fazenda Nova, Nazário (hoje Itaúna), Riacho Doce, Trapiá, Juá, Riacho das Almas, etc.
Sempre conviveu com a família Aguiar. Em 1841 tendo em vista o falecimento do Cônego Benigno Lira, que foi assassinado, ele ficou como Presidente do Lar Sacerdotal e da Fazenda de Barra do Farias, até a data em que foi hospitalizado e chegar a falecer. Muitas ruas, avenidas em Recife e outras cidades têm a dnominação de Cônego Barata, que foi um sacerdote culto e muito querido.

domingo, 20 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PRESIDENTE DA PROVÍNCIA NEGA NOMEAÇÃO

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O Alferes honorário do Exército Brasileiro e ex-Voluntária da Pátria, Sr. Antônio Cordeiro Cavalcanti, natural do Brejo da Madre de Deus-PE, dirigiu ao Presidente da então Província de Pernambuco, a seguinte petição:




"Mmo.e Exmo. Sr. Presidente da Provícia de Pernambuco:


O Alferes honorário do Exército ex-Voluntário da Pátria Antônio Cordeiro Cavalcanti, Tenente do Corpo de Polícia, tendo concorrido ao offício de Justiça de Escrivão de Órfãos do Termo de Palmares, posto em concurso por fallecimento do Serventuário, os exigidos pela lei que rege o assumpto, pedir a V.Excia. a nomeação provisória, porque além de habilitado, como provam os referidos documentos, é o suplicante official honorário do Exército e ex-Voluntário da Pátria, que tem em seu favor o Decreto número 3.371 de 7 de janeiro de 1865, e pede também que seja encaminhado ao destino competente, a sua petição de graça com os documentos de número um a doze, pelo que o supplicante certo da justiça de V. Excia. Espera e pede deferimento. E.R.Mcê. Cidade do Brejo, 21 de setembro de 1886. Antônio Cordeiro Cavalcanti."


O Presidente da Província de Pernambuco, negou o pedido com o seguinte despacho no rosta da petição:

"Prejudicado quanto a nomeação. Palácio da Presidência de Pernambuco, 5 de Novembro de 1886.
Dr. Ignácio Joaquim de Souza Leão."

PRIMEIRA EDIÇÃO DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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Há cerca de 24 anos atrás, mais precisamente no dia 18 de novembro de 1985, ganhei de presente do Escritor Leonardo Dantas uma cópia (Fac-símele) da primeira edição publicado do jornal DIÁRIO DE PERNAMBUCO, que contém quatro páginas, e datada de Segunda-Feira, 7 de novembro de 1825. As matérias publicadas na primeira página referiam-se á Introducção, Compras e Vendas. Já na segunda página sobre Leilões e Roubos; na terceira página sobre Perdas, Viagens, Afrentamentos, Entradas e Sahidas das Embarcações; e finalmente na quarta e última página:Sahidas do mesmo dia e finalmente Avizo.
Foi assim que começou o gigante, pequeno e simples, mais correto nas suas informações.