02 - REMINICÊNCIAS:
O Acólito e o Padre
Quando criança fui Acólito ("Coroínha") com o Padre José Clímaco, Pároco em São Joaquim do Monte, Pernambuco, juntamemte com outros meninos que não recordo dos nomes, mas que para ser Acólito além de participar incondicionalmente do "Catecismo" ministrado no Salão Paroquial aos domingos pelo Padre e a Catequista, lembro de uma catequista chamada por Izabel, que também tocava na Serafina (órgão musical) da Igreja Matriz. Os Acólitos estavam submetidos a uma hierarquia com a colocação de uma "platina" sobre os ombros dos meninos onde de acordo com o comportamento na igreja e competência, recebiam "estrelas" que ali postas, sendo douradas, prateadas e com de bronze. Isto fazia com que cada um tivesse melhor desempenho e estudasse mais o Catecismo e também os deveres de Escolas. O Padre Clímaco como era conhecido, foi uma Pároco atuante, tendo sido na sua gestão feita a reconstrução da Igreja Matriz de São Joaquim do Monte. Promovia muitas festas religiosas e cuidava muito bem do patrimônio religioso, Distribuia durante o período junino pequenos fogos de artifícios para as crianças, fogos que ele mesmo fabricava em casa.
Certo vez num dia consagrado à São João, não recordo precisamente se no ano de 1946 ou 1947, quando a fila defronte à Casa Paroquial, muitas crianças recebiam fogos de artifícios dados pelo Padre Clímaco. Quando chegou a minha vez, já não havia mais fogos, e eu e outros 5 ou 6 meninos sobramos. Veio a revolta, nós não entendíamos e interiormente não aceitávamos as explicações dadas pelo Padre, que prometia no "Sâo Pedro" nos contemplaria com fogos. E a festa na Csa Paroquial se estendia com a fogueira e muitos fogos, quando um dos meninos que não tinha recebido fogos me pediu para com ele tirar os pauzinhos da lona da espreguiçadeira onde o Padre sentava, para dar uma queda nele. Efoi só o que fizemos e saímos de perto. Depois soubemos que o Padre caiu e ficou uma fera, ainda bem que não se feriu, mas queria saber quem fizera aquele ato condenável. Nem mesmo no Confessionário nós revelamos, pois o medo era maior do que continuar com o "pecado".
Muitos anos depois, quando o Padre Clémaco já era mais Pároco, mas Delegado de Polícia, tivemos depois de 40 anos, possivelmente, contar a história a ele, que riu bastante e depois perguntou:"como você soube dessa história com tantos detalhes?". E rindo e saindo com o abraço, disse-lhe: "Ora, se fui eu um dos meninos que tiraram os pauzinhos da espreguiçadeira." E ele rindo disse: "Olhe eu agora sou Delegado de Polícia e posso processá-lo, sabia?". E me retirei rindo também e dizendo-lhe:" E como senhor irá encontrar o Padre Clímaco para depor?". E mais risos e risos. Nunca mais tivemos notício desse Sacerdote e Delegado de Polícia competente e amigo.
O nome do Padre Climaco é bem lembrado também por minha mãe. Mas logo ele saiu da paróquia (há quem diga que deixou o sacerdócio para casar-se) e entrou o padre José Neves.
ResponderExcluir