segunda-feira, 31 de agosto de 2009

QUEM FOI DURINO DE PANELAS



UM POUCO DA VIDA DE DURINO
Durino foi terror para uns e segurança para outros
Chamava-se Francisco José de Lucena, nome idêntico ao de seu avô. Durino foi filho único de um senhor conhecido pelo nome Cadete, que residia em Bebedouro (hoje Agrestina) e de Luiza Lucena, mais conhecida por "Yayá".
Depois que Cadete morreu, dona Yayá casou com o Sr. Tranquilino de Barros Correia, passando-se a assinar Luiza Lucena de Barros Correia, Desse casamento nasceram dentre outros que não sabemos precisar, os seguintes filhos:
Antônio Tranquilino;
Bernardo Tranquilino e
José Tranquilino Lucena de Barros Correia.
Durino prezava muito um dos seus tios, este chamado Juvêncio Pedro de Lucena, pai de João Juvêncio, a quem Durino chamava de "Tio Doutor".
Quando jovem durino residia na Povoação de Lagoa do Souza, naquela época pertencente ao Município de Panelas (hoje é Vila, Sede de Distrito do Município de Lagoa dos Gatos-PE). Durino era um jovem alegre e pacato. Entretanto, tendo havido desavenças numa casa onde se praticava jogos de azar, lá em Lagoa do Souza, Durino viu-se obrigado a defender-se como podia, e tal a fúria dos contedores, que no final da confusão, Durino havia assassinado um jovem da família dos Muniz, que era grande e valente, conforme se dizia na região.
Durino só tinha uma alternativa: fugir dali. E assim fizera. Foi para o Estado de Alagoas, evitando ser morto pelos familiares da vítima ou ser preso pela Policia.
Em Alagoas viveu algum tempo protegido por "Senhor de Enegenho" muito conhecido e respeitado pelas atrocidades que patrocinava.
Inexperiente, como qualquer jovem que nunca havia viajado, Durino foi por força das circunstâncias, alheias à sua vontade, impedido de voltar à sua terra, haja visto o crime a que se viu forçado a praticar, obrigado a conviver num ambiente miserável, onde matar o semelhante sem maiores motivos, era natural e até considerado um ato de bravura e em muitos casos, uma forma de se ganhar a vida.Pagam-se para isto.
Durino foi réu e foi vítima. Era corajoso e teve apoio para demonstrar essa sua faceta. Até mesmo a ser respeitado pelos seus então companheiros de crimes dos mais hediondos.
Ensinaram a Durino o caminho errado. Muitas pessoas importantes da região, elogiavam-no abertamente, apoiando-o a fazer o que na realidade não o devia. E Durino sem o devido preparo, servia de instrumento aos potentados da época, notadamente aos que lidavam com os mesquinhos interesses políticos em Panelas e no Estado de Alagoas.
Na "Terra dos Marechais", onde ele recebeu as primeiras "aulas" e talvez até o "Diploma de valente", Durino começou a ser também temido pelo Coronel-Patrão que havia apoiado quando ele fugira para Alagoas para não ser preso em Pernambuco, após o seu primeiro homicídio. E o mesmo Coronel-Patrão estava sem saber como livrar-se de Durino, e mandou que o mesmo botasse para fora da sua propriedade um "MORADOR" afeito às lutas e aos mais hediondos crimes, sem no entanto Durino ter pleno conhecimento dessas péssimas qualidade desse tal "morador".
Acontece que o dito "Coronel-Patrão" estabelecera de há muito com esse seu "empregado", a título de senha, que quando alguém chegasse a casa dele dizendo ter um recado do "Coronel", ela já sabia, era só matar, pois tratava-se de gente muita perigosa, e uma ameaça para o "Coronel", tinha que levar fim.
Durino já se tornando malicioso, e muito perspicaz, desconfiou dessa empreitada, e chegando à casa do referido empregado, bateu à porta, dizendo que: "tenho um recado para você", e imediatamente amparou-se no oitão da casa, quando ouviu um estampido de uma arma de fogo, que não o atingiu. Isto era já tarde da noite. Logo após esse disparo, sob a claridade de uma Lua cheia, Durino viu muito bem quando o tal "morador" saltou no terreiro da casa e com um longo punhal à mão, investiu contra Durino que depois de demorada luta a ferro, recebeu vários e profundos golpes, desfrindo também muitas punhaladas no seu desafeto, graças a habilidade ímpar no manejar punhal, passando-o de uma a outra mão, numa incrível velocidade. Durino consegue matar o inimigo.
Ferido, porém forte, Durino foi até a casa grande do "Coronel", relatar todo o acontecido e cuidar dos ferimentos recebidos, e em lá chegando, disse tudo e o "Coronel" abismado, exclamou:
" DURINO, VOCÊ MATOU O HOMEM? ELE ERA MEU COMPADRE".
Durino retrucou:
"E o senhor não mandou botar ele pra fóra do Engenho? Quando dei o seu recado ele quase me mata. Pra não morrer, tive que matá-lo."

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