O brejense (filho do Brejo da Madre de Deus-PE) ALÍPIO MAGALHÃES DA SILVA PORTO, ex-Prefeito, que foi farmacêutico e prioprietário na sua terra natal, conhecido pelo carinhoso apelido de "Sinhôzinho", falecido aos 97 anos de idade, era bisneto do fidalgo português José do Rêgo Couto, e ao completar a idade de 18 anos, isto em 1907, pois nascera em 1889, foi convidado por um seu tio chamado Augusto Magalhães, que o estimava como se seu filho fosse, e que residia na cidade do Recife, a fim de que o sobrinho instalasse uma Fábrica de cigarros na Capital. Aceitando o convite, "Sinhôzinho" seguieu de imediato e na Rua das Torres, Bairro do Recife, no nº 10, se estabeleceu com a dita fábrica, havendo no entanto quem dizia que essa fábrica foi transferida para a Rua Lomas Valentima, nº 44, também no Recife de então.
A fábrica de cigarros era pequena e contava com apenas doze(12) operários e tinha a denominação de A PERNAMBUCANA, e fabricava os cigarros desfiados das marcas BANDEIRA PORTUGUEZA, BANDEIRA BRASILEIRA, PALITO e outras duas marcas que não foram identificadas. A fábrica também fazia os cigarros picados da marca CATIVOS.
Privamos da amizade de Alípio Magalhães da Silva Porto - "Sinhôzinho", isso no Brejo da Madre de Deus onde o mesmo era proprietária da então quase centenária "Pharmácia Porto", onde o mesmo também era atuante farmacêutico e considerado como o Médico da Região, pois demorou pouco anos no Recife com a fábrica de cigarros que lhe ocasionou enfermidade com o manuseio de fumo. Lamentamos, que ao falecer já quase com 100 anos de idade, os objetos antigos de que era possuidor, incluindo-se documentos antigos e históricos, foram jogados fora e até queimados, segundo fontes fidedignas. De "Sinhôzinho" tenho inúmeras correspondências que guardo com carinho e muitas delas transcrevo as informações em livros que publicamos sobre a História do Brejo da Madre de Deus, e certamente nos volumes que ainda haveremos de publicar. Ele, "Sinhôzinho" deixara muita coisa sobre a sua vida, como por exemplo os rótulos de carteiras dos cigarros que fabricou na década de 10 do Século XX, a exemplo da coleção dos rótulos hoje fazendo parte do acervo da Fundação Joaquim Nabuco , doada pela família Brito Alves.
No "Boletim do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais" de Nº 12, publicado no ano de 1963 pelo Ministério da Educação e Cultura, o memorável escritor Mauro Mota escreveu um estudo em forma de artigo, sob o título "UMA SOCIOLOGIA DE RÓTULOS", mostrando a importância dessa pesquisa no campo socilógico, cultural e histórico, chegando a dizer:
"Uma Sociologia de rótulos de cigarros, à primera vista, ou ao primeiro trago, parece assunto miúdo, cinzento. Mas não é."
Quem sabe se não existe algum arquivo ou colecionador com carteiras de cigarros dessa fábrica (A Pernambucana - 1907/1910) com os rótulos dos cigarros Cativos, Palito, Bandeira Portugueza e Bandeira Brasileira? Quem sabe? Vale a pena tentar.
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