O VISITADOR ECLESIÁSTICO
Há mais de dois séculos, no dia 3 de agosto de 1799, estava de conformidade com os documentos existentes e constantes nos livros da Paróquia do Brejo da Madre de Deus, o Cônego Joaquim da Saldanha Marinho, Presbítero Secular (Prebendado, de prebenda, canonicato) da igreja de Olinda, exercendo o cargo de Visitador Geral do Sul da Comarca das Alagoas, bem assim Delegado do Crisma, designado pelo Bispo Dom José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho.
Este mesmo Visitador recebeu poderes do referido Bispo, para instalar em Brejo, a Freguesia a qual tomou o nome de São José do Brejo da Madre de Deus.
Quando da lavratura do Termo que elevava a Capela de São José à condição de Matriz da Freguesia, onde o Visitador mencionado estabeleceu limites e deu outras providências, diz claramente que a mesma contava com 11.066 almas, que estavam sob a jurisdição eclesiástica da dita Freguesia, criada em 1797 e provida em 1799. Antes da elevação, a Capela de São José do Brejo da Madre de Deus era tida como filial da Matriz de Nossa Senhora da Luz, em Paudalho, neste Estado.
Pelos apanhados históricos que temos feito, baseados em documentos do Arquivo Paroquial, a jurisdição eclesiástica da Freguesia de Nossa Senhora da Luz do Paudalho, se estendia margeando o rio Capibaribe, razão pela qual o Brejo estava afeto àquela Matriz. Nessa época a Povoação de Paudalho se desenvolvia bastante, tendo o Bispo Dom Azeredo Coutinho criado ali um Curato, e que as instruções foram dadas pelo mesmo Antístite ao Visitador, que por sinal recaiu na pessoa do Cônego Joaquim da Saldanha marinho, tendo este, tomado posse no dia 31 de agosto de 1799, ou seja, 28 dias após a sua passagem pela Povoação do Brejo da Madre de deus, conforme registro nos livros existentes no Arquivo Paroquial.
Realizamos minuciosa busca no Arquivo Paroquial no sentido de encontrarmos um elemento esclarecedor à luz de documento, para saber exatamente quem esteve como Vigário da Freguesia do Brejo no período de 1792 até 1901, e não encontramos outro se não o Padre Manoel d' Assumpção assinando em todos os atos religiosos que compreende o mesmo espaço de tempo. Isto, no entanto, contraria ao que diz a Enciclopédia Nacional dos Municípios Brasileiros (IBGE), quando faz referência ao Brejo, dizendo que no dia 1º de novembro de 1799 era Vigário do Brejo o Padre Antônio da Costa Pinheiro, nome que não figura dentre os Padres que passaram pela citada Freguesia, quer como Vigário, Coadjutor, etc. Em 1806 é que esteve em Brejo como Vigário um Padre chamado MANOEL DA COSTA PINHEIRO, certamente confundido com o nome e a data atribuída ao Padre Antônio da Costa Pinheiro.
Pertinentes suas observações, mas não deixa de estar certa a referida enciclopédia, pois se o Brejo, referido então como Brejo da Luz, fazia parte da Freguesia de Nossa Senhora da Luz de Paudalho, seu vigário era o de Paudalho.
ResponderExcluirNotei que até 17 de Agosto de 1799, dia em que o referido visitador assinou vistas no livro de batismos, o Padre Manoel d'Assumpção assinava-se Manoel da Asunsão sobrescrito a Adm-or. Suponho Administrador.
A partir de então até 8 Novembro de 1799 assinava-se Manoel da Asunsão sobrescrito a Coadj-or. Coadjutor.
A partir de 13 de Novembro de 1799 passou a assinar-se como Cura.
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939V-BV4C-T?i=102&wc=MHN2-GM9%3A371209901%2C371208802%2C371225401&cc=2177293
ResponderExcluirhttps://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939V-BV43-3?i=108&wc=MHN2-GM9%3A371209901%2C371208802%2C371225401&cc=2177293
Imagens das páginas do livro de batismos que atestam o exposto no comentário acima.