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Vivia na residência do Barão de Buíque (Coronel Francisco Alves Cavalcanti Camboim), situada na "Fazenda Poço", Município do Brejo da Madre de Deus-PE, um crioulo por ele criado desde criança, pessoa de sua total confiança, cujo nome completo era Vicente Ferreira Xavier, apelidado de "Sêo Ferreira" pelos moradores da região. Era também conhecido pela estupidez com que costumava responder às pessoas que o interpelavam sobre qualquer assunto.
O Barão de Buíque, mais conhecido como Barão do Poço, tinha o hábito de quando o aborreciam muito, mandar pela pessoa que lhe importunava bastante, levar uma "carta" dele ao Delegado de Polícia do Brejo da Madre de Deus, onde recomendava àquela autoridade, que desse uns "bolos com palmatória" e metesse o portador no xadrez da Cadeia local por algum tempo, podendo ser algumas horas ou mesmo dois ou três dias, conforme o caso.
Certo dia, "Sêo Ferreira" abusou da paciência do Barão, que para ele era como se fôsse um pai, e o Barão adotou o mesmo sistema de sempre, isto é, escrever uma "carta" e mandar entregar ao Delegado de Polícia do Brejo; "Ferreira" por sua vez, estúpido, mas experiente com as atitudes diárias do seu patrão, recebeu a incumbência e partiu para cidade do Brejo, e no trajeto, mais precisamente no Sítio Paraguai, havia uma festa de casamento e a dança estava animada. Resolveu ficar ali, sambando a noite inteira, juntamente com alguns conhecidos e outras pessoas da região, tomando constantes "bicadas" de aguardente e pagando outras. No dia seguinte, por volta das seis horas da manhã, pois festa de casamento na zona rural só termina com o Sol posto, "Ferreira" olha para um dos seus companheiros da farra, e indaga: "QUEM QUER GANHAR DOIS MIL RÉIS PARA IR AO BREJO ENTREGAR UMA CARTA DO BARÃO DO POÇO?". E o indagado respondeu que ia sem titubear, pos dois mil réis era um ótimo pagamento para tal viagem. E "Sêo Ferreira" pagou o dinheiro adiatando e a "carta" para o Delegado de Polícia do Brejo.
Soube-se depois, que ao receber a carta o Delegado leu-a, mandando em seguida que fossem dados seis "bolos" em cada mão do portador e três dias de xilindró.
No mesmo dia à tarde, "Sêo Ferreira" chegavana Fazenda Poço, quando o Barão foi cientificado por outros moradores que o seu criado havia regressado da viagem ao Brejo, e resolve mandar chamá-lo e quando este se apresenta, o Barão pergunta:
'VOCÊ FOI AO BREJO?"
"Ferreira" não responde.
O Barão pergunta novamente:
"VOCÊ ENTREGOU A CARTA QUE EU MANDEI ENTREGAR AO DELEGADO DO BREJO?"
E com a sua conhecida ignorância e estupidez, "Ferreira" responde:
" E EU NÃO CONHEÇO AS MANHAS DE SINHORZINHO (tratamento que dava ao Barão) NÃO, É? EU PAGUEI PARA UM BESTA ENTREGAR E LHE DEI DOIS MILRÉIS, E ELE QUE PAGUE O PATO."
O Barão de Buíque sorrindo bastante, foi comentar o acontecido com os familiares, e "Ferreira" nunca mais quís abusar da paciência do Barão.
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