AS PESQUISAS
Há anos passados, o grande pesquisador e escritor Mário Melo, escrevia algo na imprensa pernambucana a respeito do Município do Brejo da Madre de Deus, cuja fundação já bicentenária. Com ele quase à polêmica sobre a data exata e local da fundação, discordava o também jornalista e ex-Prefeito do Brejo, Sr. José Queiroz, mas conhecido por "Sêo Queiroz".
No dia 18 de junho de 1964, fizemos um relato discorrendo com minúcias, baseando-nos em pesquisas que encetamos, várias datas de fatos históricos ocorridos na mencionada comunidade interiorana.
A HISTÓRIA DO BREJO DA MADRE DE DEUS é por demais fabulosa no bom sentido e patriótica, pelos fatos registrados no Arquivo da Paróquia e do Município, embora este último bastante desfalcado com referência às datas mais antigas dos acontecimentos das ocorrências políticas e sócio-religiosa.
Em dias de julho de 1964, juntamente com o Pároco Cônego Antônio Duarte Cavalcanti, de saudosa memória, nos surgiu a oportunidade de ler e verificar minuciosamente o Arquivo da Paróquia, onde o Livro mais antigo encontrado data do ano de 1792.
Fica-se boquiaberto, perplexo, ao observar-se a organização dos registros, verdadeiros tesouros históricos do brejo da madre de Deus. Se o intelectual e mestre Mário Melo estivesse vivo, procuraria melhores informes e detalhes dos fatos que ficaram omissos na História do aludido municípiopernambucano, pricipalemnte, quando ele, Mário Melo, tinha conhecimento de várias localidades onde habitaram tribos diversas em furnas adjacentes à cidade do Brejo, o que se pode provar com a existência de efógies rupestres, caricaturas pintadas nas locas onde viveram esses nativos.
Para exemplificar, existe uma furna localizada no Sítio Estrago, hoje já na periferia da cidade, onde se constatou um armistício entre os índios cariris, pacto este feito através de sinais simbolizados em figuras das mais diversas, isto em rochas vivas que permanencem até hoje. Observa-se com facilidade de acesso, caricaturas de animais ferozes, aves de rapina, guerreiros indígenas, etc. Foi o próprio Mário Melo que afirmava tal armistício. Nesse mesmo local, uma equipe de Arqueologia da Universidade Católica de Pernambuco descobriu um Cemitério Índigena com outros objetos valiosos historicamente falando, sob a coordenação da Arqueóloga Jeannette Maria Dias de Lima (de saudosa memória). Alguns desses importantes achados encontram-se expostos no MUSEU HISTÓRICO do Brejo da Madre de Deus, que tem Dulce Pinto como Fundadora/Diretora e fica à Rua São José, nº 40,centro da cidade.
Com a utilização de uma lupa, dados valiosos foram conseguidos para a HISTÓRIA DO BREJO DA MADRE DE DEUS, quando foi possível encontrar-se no Livro mais antigo do Arquivo Paroquial, data do ano de 1792, à página primeira, o registro inicial de um Termo de Batismo verificado no lugar "Santa Roza", da criança chamada ANNA, filha do cidadão Manoel COrdeiro Paschoal e de Maria Joaquina Roza, tendo como padrinhos José Américo Cordeiro e Anna Rita de Mello, ato solene efetuado pelo Padre Manoel d"Assumpção, que era tido como Adinistrador da Freguesia, uma vez que não havia Vigário nomeado.
No ano de 1793, foi batizado um menino que se chamou na Pia Batismal de THOMAZ, filho do Capitão Thomaz d'Araújo d"Albuquerque, neto do Tenente-Coronel José Álvares da Silva, este natural da Freguesia do Cabo, neste Estado.
No ano de 1802, isto é, 20 anos antes da Independência do Brasil proclamada por Dom Pedro I, verificamos que na Igreja-Matriz de São José, foi batisado um filho de escravo, por sinal de "uma escrava solteira", a quem chamavam por Maria, e que era natural de Angola, tendo o seu filho recebido o nome de "Jenuário" e se dizia: "Jenuária filho de Maria de gentis de Angola". (Ipsis litteris virgulisque"), ou seja: mesmas letras e vírgulas.
Muitas pessoas leigas no assunto, confundem o local da fundação da cidade com se fosse obrigatoriamente a fundação da cidade. Existem muitos Município que foram povoados muito antes da edificação ou fundação da cidade, e a lógica e os fatos comprovam que qaundo os Frades do Oratório da Madre de Deus tentaram construir um hospício no lugar a que deram o nome de Madre de Deus, por serem da Congregação da Madre de Deus ou de São Felipe de Néri, os chamados RECOLETAS, e não conseguindo a desejada edificação por falta de água, resolveram deslocarem-se para o lugar onde hoje existe a igreja-Matriz de São José, e a homenagem à São José prendeu-se ao fato de o lugar já tinha uma denominação: SÍTIO DE SÃO JOSÉ DE FORA. Muitos antes da vinda dos Recoletas o Brejo já existia e era povoado desde 1710.
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