sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

FRAGMENTOS PARA A HISTÓRIA DE QUIPAPÁ = 04


Continuando com o relato de alguns registros históricos sobre Quipapá, registros estes obtidos quando das pesquisas IN LOCO que efetuamos em Arquivos da Prefeitura e Cartório da cidade de Panelas, onde residi por dez anos e consegui publicar dois livros sobre o aludido Município, o primeiro em 1980 e o segundo em 1998 (HISTÓRIA DE PANELAS - TERA DOS CABANOS). Conheci e privei da consideração do Dr. Fernando Pessoa de Mello, propiretário da Usina Água Branca, e conversámos muito a respeito das Histórias de Quipapá, Panelas e outras comunidades pernambucanas. O Dr, Fernando era um homem culto, generoso com os seus empregados e povo em geral.


Há muito o que se escrever sobre Quipapá, além do precioso trabalho elaborado por Valença Júnior, e publicado nas quatro edições de CADERNOS DE HISTÓRIA LOCAL editados pelo Conselho Estadual de Cultura nos anos de 1970, 1971, 1972 e 1973. No entanto, Valença Júnior havia efetuado um trabalho onde juntara inúmeros documentos sobre a História de Quipapá, que depois de sua morte, segundo comentários da época, foi destruídos involuntariamente por pessoas da família, considerados como documentos sem valor nenhum. Possivelmente havia muita coisa bonita sobre fatos históricos, como por exemplo a instalação de uma Loja Maçônica no período de 1922/1924, que tendo sido fechada, reabriu na cidade de Canhotinho com o nome de Loja Nova Aurora Pernambucana. A Loja Maçônica de Quipapá funcionava no local onde hoje se encontra o bonito prédio do FORUM, e que o Major Odilon Lins, era o Venerável, e exercia ainda o cargo de Coletor Federal, era dono de Engenho e natural de Bom Conselho. Major Odilon promovia as melhores festas daquela época, nos períodos das décadas 1929/1930.


No ano de 1832 era Juiz de Paz do então Distrito de Quipapá, o Sr. Antônio Sebastião Freire. Em 1833 com a eclosão da chamada "Guerra dos Cabanos", o mesmo aderiu ao Movimento apoiando os irmãos Antônio e João Timóteo de Andrade em Panelas, e ainda Vicente Ferreira da Paula (de Jacuípe-Alagoas), principal Líder em Alagoas, tendo o Presidente da Província de Pernambuco oferecido um prêmio de 400$000 (Quatrocentos mil réis) pela cabeça do aludido ex-Juiz de Paz de Quipapá, por ser um dos líderes cabanos considerado mais perigosos.


QUILOMBO:


Quilombo: palavra quimbunda (Quimbundo língua de Angola) que significa literalmente acampamento. No Brasil o nome quilombo foi aplicado às habitações cladestinas de escravos que fugiam para o interior das matas em alguns lugares ermos e distantes das povoações. Não raro tais habitações formavam aglomerações numerosas, sobressaindo na História do Brasil os Quilombos dos Palmares em terras do atual Estado de Alagoas. De quilombo deriva o vocábulo quilombola habitantes do quilombo.

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