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Alípio Magalhães da Silva Porto ou "Sinhôzinho da Farmácia" como era popularmente chamado, foi uma personalidade importante na vida social, política e comercial do Brejo da Madre de Deus. De tradicional família, foi Prefeito nos idos do primeiro quartel do Século XX (1914), foi comerciante junto com o pai, foi proprietário de Fábrica de Cigarros com um tio no Recife, foi por muitas décadas proprietário e farmacêutico da história "Pharmácia Porto" no Brejo, onde atuava e considerado como um "médico". Mas era também um defensor do desenvolvimento da terra. Lutou muito para que o Governo asfaltasse a estrada Brejo-Fazenda Nova, ninguém batalhou tanto, com suas cartas constantes às autoridades e políticos estaduais e nacionais. Depois de sua morte contando já os seus 97 anos, a estrada foi feita e asfaltada, e deixaram de colocar na rodovia o seu nome para "Estrada da Cenoura", por ser àquela época o mUnicípio produtor de cenoura. Lutou também bastante escrevendo ao Presidente Vargas e aos seus Ministros no sentido de abrisse uma estrada ligando o Estado da Paraíba com Pernambuco, na divisa de Jataúba, então Distrito do Brejo com aquele Estado. Era uma visão desenvolvida, pois se tal rodovia tivesse sido feita pelo Governo Federal, se evitaria um percurso a menos para a Capital em muitos quilômetros, beneficiando os referidos Estados e o Brejo também.
No início da década de 50 do Século passado, por volta de 1951, Alípio Magalhães("Sinhôzinho")mandou edificar às suas expensas um Monumento aos Frades da Congregação de São Felipe de Nery no lugar Madre de Deus, ajacente ao lugar Açudinho, distante cerca de 12 quilômetros da cidade, mais ou menos, levando-se em consideração que naquela localidade estiveram os Frades no ano de 1751 objetivando construir um asilo ou hospício, e por falta de água, resolveram vir para a hoje cidade do Brejo da Madre de Deus onde edificaram um Capela votado à São José, que ainda permanece com Padoeiro do Município, embora que a fundação do Município tenha ocorrido no lugar "Tabocas" antes da chegada dos ditos Frades, com a vinda do português André Cordeiro. Um fundou o Município, os Frades a cidade. Isto tem acontecido em vários Municípios.
Mas voltando à construção do Munumento, concluído, foi inaugurado com festa e as presenças de autoridades e políticos, E assim nos anoa seguintes. O povo gostava. Era festa com Missa, depois músicas e bebidas, tudo de graça.Mas não demorou muito o esquecimento das autoridades municipais e dos políticos. Foi então em 25 de fevereiro de 1965, que recebemos a seguinte carta:
"Caro Newton Thaumaturgo
Você este ano, em abril, catuque a Prefeitura para fazer a festinha de São Felipe Neri, a exemplo dos anos anteriores, excepto o passado que passou esquecido, a referida festinha, é uma homenagem aos anonimatos frades da Congregação São Felipe Neri, portanto, não se trata de política como parece ter levado o ano passado, pelo lado político.
A homenagem deve constar da Missa e esmolas aos pobres daquela zona, esta é a parte religiosa, quanto a profana, fica por conta dos que vão dançar e beber, etc.
O dia do Santo é 26 de maio, porém deve com muita antecedência avisar ao pessoal do Juá, Açudinho, Apolinário, Passagem, Tambor, etc.
Outro assunto: você na qualidade de Vereador, lmebre a Prefeitura para botar placas nas ruas e números em diversas casas, que estão s/n, e também o coordenamento, pois as construções parece que não obedecem o que manda a lei. Continua tudo aleijado, a propósito: na Rua Joaquim Nabuco, perto da casa do finado Lafayete, tem uma casa em ruína e que está muito fora do coordenamento, salvo engano, estão fazendo tijolos atrás da referida, naturalmente para reconstruir a mesma casa, se a Fiscalização não chegar até ali, não admiro fazerem a reconstrução como está, uns dois metros fora do coordenamento.
É isto velho amigo, precisamos bater com a língua, a fim da velha cidade não continuar aleijada.
O velho amigo, Alípio Magalhães - Brejo, 25/2/65"
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