Muitos caruaruenses não conhecem e não têm a obra editada sob o título "CARUARU - Na História do Brasil e do Nordeste", de autoria do escritor JOÃO A. LACERDA, prefaciado pelo competente escritor de saudosa memória, Nelson Barbalho.
Na página 97 e V. do livro acima mencionado, encontramos referências biográficas de um ex-Prefeito de Caruaru, chamado de MANOEL RODRIGUES PORTO, que ora transcrevemos:
"Em 24 de dezembro de 1855, na Vila de Canhoto, Município de São Bento, do Estado de Pernambuco nasceu MANOEL RODRIGUES PORTO, sendo solenemente batizado na Capela daquela Vila a 19 de Janeiro de 1856, pelo Padre José de Lima e Silva. Foram padrinhos Antônio Vital dos Santos e Claudina Francisca dos Santos. (Tinha apenas um mês de idade quando seus pais fixaram residência em Caruaru. Aí passou os 85 anos de sua vida e, por isso, considerava-se caruaruense, afeiçoando-se à terra que hoje guarda os seus despojos).
Eram seus pais o Tenente-Coronel da Guarda Nacional, Francisco Rodrigues Porto e dona Maria Joaquina da Conceição.
Era proprietário, lavrador e criador registrado na Inspetoria Veterinária do 3º Distrito, do Ministério da Agricultura.
Casou-se em primeiras núpcias com dona Ana Adelaide Duarte Porto em 23 de Julho de 1875 com 20 anos incompletos. Teve desse consórcio 13 filhos dos quais, somente 5 sobreviventes:
Maria Adelaide Porto Limeira, casada com José Florêncio Limeira, residente no Rio de Janeiro. Leocádio Rodrigues Duarte Porto, 2º Tabelião. Ana Porto Campos, casada com João Campos Jr. Virgínia Porto Anacleto, casada com Dr. Bartolomeu Anacleto do Nascimento, residente no Rio de Janeiro.
Francisca Porto de Souza, casada com o Dr. José Bonifácio Viana de Souza, já falecidos.
Casado em segunda núpcias com dona Maria Ernestina Colombiez Porto em 21 de Novembro de 1896, teve 11 filhos, sendo 8 vivos:
Manoel Rodrigues Porto Filho, Juiz de Direito da Comarca de São Caetano;
Maria de Lourdes Porto Anacleto, casada com o Sr. Silvério Anacleto do Nascimento;
Dr. Francisco Rodrigues Porto, Médico do Serviço Nacional da Malária, no Rio;
Odaléa Porto Gusmão, casada com o Dr. Jaime de Azevedo Gusmão;
Yolanda Porto de Carvalho, casada com o Dr. Mário Bezerra de Carvalho; e
Elisa, Maria das Dores e Djanira Colombiez Porto.
Ingressou na vida pública aos 21 anos, quando aos 2 de Março de 1876 foi nomeado por Ofício da Câmara Municipal de Caruaru, Secretário da mesma. Na eleição verificada a 23 de Fevereiro de 1883 foi eleito Vereador ao Legislativo Municipal, ocupando a Vice-Presidência durante todo o quatriênio, exercendo, também os cargos de Juiz de Paz e Delegado Literário, por nomeação do Governador da Província. Em 1886 foi eleito Deputado Provincial, reeleito mais tarde para a Legislatura seguinte. Coronel da Guarda Nacional, foi condecorado em 1888, pelo Magnânimo Imperador D. Pedro II com a Imperial Ordem da Rosa, título honorífico de real merecimento, atendendo aos relevantes serviços prestados ao Estado. Proclamada a República foi nomeado Presidente da Intendência e Delegado do Ensino e eleito Deputado à Constituinte ao Congreso do Estado, em 1891, sendo mais tarde Conselheiro Municipal e Presidente da Câmara. Em 30 de Setembro de 1891 foi também eleito Prefeito do Município, cargo para o qual foi também reeleito consecutivas vezes, renunciando a 2 de Fevereiro de 1912 por "falta de garantias", conforme ofício ao então Governador do Estado General Dantas Barreto. Terminado seu mandato na Câmara do Estado foi reeleito, e em 1896 tomou assento ao Senado Estadual em diversas Legislaturas, até o ano de 1914. Construiu o Paço Municipal em 1898. Pertencia ao antigo Partido Conservador, cuja ostentação em Pernambuco, ao tempo do Império, era do Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira e, com advento da República, passou a orientação política do Dr. Francisco de Assís da Rosa e Silva. Nas lutas políticas de 1914, se manteve ao lado do seu Chefe, suportando por esse motivo longo ostracismo. Com a coragem precisa de encarar a sua adversidade política, nesta não teria caído se quizesse transigir com a leladade e solidariedade que entendia devidas ao seu Chefe e amigo, o Conselheiro Rosa e Silva.
Sobre o crespúculo político desse homem de fibra rara que foi MANOEL RODRIGUES PORTO ressaltamos essa "Sátira", publicada na edição do dia 22 de Abril de 1913 no jornal "PERNAMBUCO", na Secção "Congressistas em fitas":
"O Senador que vai passar na tela
E dos raros amigos do tirano
Banido do torrão pernambucano
É um caboclo de tez roxa e amarela.
Depois que o Fábio toca churumela,
Quando começa a inana e sobe o pano
Não é vassoura, nunca abano,
No Senado está fora da Panela.
Tão diverso do Osvaldo--- e Neco Porto
É um marreta ás direita e nao torto,
É sempre o mesmo não virou casaca...
E era preciso ser porto seguro
Para aguentar como um rochedo, duro,
Do João Guilherme a força da ressaca.
(Ass. Pagnel)
Tanto quanto aos acontecimentos do seu tempo a vida social de MANOEL RODRIGUES PORTO está ligada aos fatos sociais de sua época. Foi Sócio efetivo e depois benemérito do Clube LIterário de Caruaru, Sócio honorário da Sociedade Musical Pedro Afonso e depois da Banda Musical "A Comercial". Amigo da Imprensa foi proprietário do jornal "O Caruaruense"" cerca de 18 anos. Em 1925 esteve a passeio no Rio de Janeiro onde foi recebido por seus amigos, notadamente o Dr. Rosa e Silva, que lhe ofereceu almoço íntimo, que teve o comparecimento do Dr. Estácio Coimbra, Vice-Presidente da República, Dr. Afonso Pena Jr., Ministro da Justiça e Dr. Aníbal Freire, Ministro da Fazenda. Visitou o Presidente da República o Dr. Artur Bernardes e o Senado onde esteve com o Dr. Barbosa Lima e outras entidades políticas.
Afinal a 24 de Fevereiro de 1941, às 20 horas, em sua residência à Rua 15 de Novembro, nº 90 em Caruaru, falecia esse grande vulto deixando aos pósteros o exemplo de lealdade de um caráter sem jaça."
Era proprietário, lavrador e criador registrado na Inspetoria Veterinária do 3º Distrito, do Ministério da Agricultura.
Casou-se em primeiras núpcias com dona Ana Adelaide Duarte Porto em 23 de Julho de 1875 com 20 anos incompletos. Teve desse consórcio 13 filhos dos quais, somente 5 sobreviventes:
Maria Adelaide Porto Limeira, casada com José Florêncio Limeira, residente no Rio de Janeiro. Leocádio Rodrigues Duarte Porto, 2º Tabelião. Ana Porto Campos, casada com João Campos Jr. Virgínia Porto Anacleto, casada com Dr. Bartolomeu Anacleto do Nascimento, residente no Rio de Janeiro.
Francisca Porto de Souza, casada com o Dr. José Bonifácio Viana de Souza, já falecidos.
Casado em segunda núpcias com dona Maria Ernestina Colombiez Porto em 21 de Novembro de 1896, teve 11 filhos, sendo 8 vivos:
Manoel Rodrigues Porto Filho, Juiz de Direito da Comarca de São Caetano;
Maria de Lourdes Porto Anacleto, casada com o Sr. Silvério Anacleto do Nascimento;
Dr. Francisco Rodrigues Porto, Médico do Serviço Nacional da Malária, no Rio;
Odaléa Porto Gusmão, casada com o Dr. Jaime de Azevedo Gusmão;
Yolanda Porto de Carvalho, casada com o Dr. Mário Bezerra de Carvalho; e
Elisa, Maria das Dores e Djanira Colombiez Porto.
Ingressou na vida pública aos 21 anos, quando aos 2 de Março de 1876 foi nomeado por Ofício da Câmara Municipal de Caruaru, Secretário da mesma. Na eleição verificada a 23 de Fevereiro de 1883 foi eleito Vereador ao Legislativo Municipal, ocupando a Vice-Presidência durante todo o quatriênio, exercendo, também os cargos de Juiz de Paz e Delegado Literário, por nomeação do Governador da Província. Em 1886 foi eleito Deputado Provincial, reeleito mais tarde para a Legislatura seguinte. Coronel da Guarda Nacional, foi condecorado em 1888, pelo Magnânimo Imperador D. Pedro II com a Imperial Ordem da Rosa, título honorífico de real merecimento, atendendo aos relevantes serviços prestados ao Estado. Proclamada a República foi nomeado Presidente da Intendência e Delegado do Ensino e eleito Deputado à Constituinte ao Congreso do Estado, em 1891, sendo mais tarde Conselheiro Municipal e Presidente da Câmara. Em 30 de Setembro de 1891 foi também eleito Prefeito do Município, cargo para o qual foi também reeleito consecutivas vezes, renunciando a 2 de Fevereiro de 1912 por "falta de garantias", conforme ofício ao então Governador do Estado General Dantas Barreto. Terminado seu mandato na Câmara do Estado foi reeleito, e em 1896 tomou assento ao Senado Estadual em diversas Legislaturas, até o ano de 1914. Construiu o Paço Municipal em 1898. Pertencia ao antigo Partido Conservador, cuja ostentação em Pernambuco, ao tempo do Império, era do Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira e, com advento da República, passou a orientação política do Dr. Francisco de Assís da Rosa e Silva. Nas lutas políticas de 1914, se manteve ao lado do seu Chefe, suportando por esse motivo longo ostracismo. Com a coragem precisa de encarar a sua adversidade política, nesta não teria caído se quizesse transigir com a leladade e solidariedade que entendia devidas ao seu Chefe e amigo, o Conselheiro Rosa e Silva.
Sobre o crespúculo político desse homem de fibra rara que foi MANOEL RODRIGUES PORTO ressaltamos essa "Sátira", publicada na edição do dia 22 de Abril de 1913 no jornal "PERNAMBUCO", na Secção "Congressistas em fitas":
"O Senador que vai passar na tela
E dos raros amigos do tirano
Banido do torrão pernambucano
É um caboclo de tez roxa e amarela.
Depois que o Fábio toca churumela,
Quando começa a inana e sobe o pano
Não é vassoura, nunca abano,
No Senado está fora da Panela.
Tão diverso do Osvaldo--- e Neco Porto
É um marreta ás direita e nao torto,
É sempre o mesmo não virou casaca...
E era preciso ser porto seguro
Para aguentar como um rochedo, duro,
Do João Guilherme a força da ressaca.
(Ass. Pagnel)
Tanto quanto aos acontecimentos do seu tempo a vida social de MANOEL RODRIGUES PORTO está ligada aos fatos sociais de sua época. Foi Sócio efetivo e depois benemérito do Clube LIterário de Caruaru, Sócio honorário da Sociedade Musical Pedro Afonso e depois da Banda Musical "A Comercial". Amigo da Imprensa foi proprietário do jornal "O Caruaruense"" cerca de 18 anos. Em 1925 esteve a passeio no Rio de Janeiro onde foi recebido por seus amigos, notadamente o Dr. Rosa e Silva, que lhe ofereceu almoço íntimo, que teve o comparecimento do Dr. Estácio Coimbra, Vice-Presidente da República, Dr. Afonso Pena Jr., Ministro da Justiça e Dr. Aníbal Freire, Ministro da Fazenda. Visitou o Presidente da República o Dr. Artur Bernardes e o Senado onde esteve com o Dr. Barbosa Lima e outras entidades políticas.
Afinal a 24 de Fevereiro de 1941, às 20 horas, em sua residência à Rua 15 de Novembro, nº 90 em Caruaru, falecia esse grande vulto deixando aos pósteros o exemplo de lealdade de um caráter sem jaça."
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ResponderExcluirBoa tarde,Newton.
ResponderExcluirSou neta do Leocadio Rodrigues Duarte Porto. Gostaria de obter mais informacoes sobre a segunda mulher do Leocadio, minha avó, Maria Jose Anacleto Porto.
Att,
Maria C. P. Campos
Minha bisavó.
ExcluirEu também sou neta dele e filha do filho mais novo do segundo casamento com Maria Jose (Jose Anacleto Porto era meu pai). Voce conseguiu mais informações?
ExcluirOla, sou tataraneta de Neco Porto, escutava suas historias contadas por meu avo Nelson de Magalhaes Porto, filho de Leocadio Porto, ambos também nascidos em Caruru. Gostei muito do que li, deixo aqui meu agradecimento por saber um pouco mais sobre minha familia, abraços, Cecilia Gaspar (Rio de Janeiro)
ResponderExcluirRelatos interessantes,Sr.Newton. Vendo a lista de Prefeitos de Caruaru,o citado Manoel Rodrigues Porto, ocupou a prefeitura por sete vezes; seu filho Leocádio mais 1 vez. Eu tinha a impressão que o Srs ex prefeitos Anastácio Rodrigues da Silva e seu sobrinho Antônio Geraldo Rodrigues (Tony Gel) eram descendentes e parentes do Coronel Manoel Rodrigues Porto.
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