Na década de 30 do Século passado, um senhor chamado Manoel Galvão, sabia ler bem e elaborava documentações diversas em caráter particular, cobrando um pequena quantia pelos seus serviços, notadamente"ESCRITURAS DE TERRAS" (recibos de venda e compra). Certo dia elaborou uma dessas "Escrituras particular" de uma parte de tera de um agricultor que se chamava José Antônio da Silva, morador no lugar "Riachão", perto da cidade de Lagoa dos Gatos, tendo recebido pelo preço de costume. Aconteceu que o matuto comprador do terreno ficar mostrando aos vizinhos a sua "Escritura" feita pelo Sr. Manoel Galvão morador na cidade de Panelas, um deles dissera que aquele documento não tinha nenhum valor, pois documento só prestava se tivesse sêlo do Govêrno. Imediatamente, o agricultor pôs a sela no seu cavalo e veio parar em Panelas para falar como Manoel Galvão, que estava no momento que foi procurado, trepado numa escada caiando a frente de sua residência porque já era fim de ano e as casas eram sempre caiadas nesse período. E mesmo trepado na escada o dono da "Escritura" começou a falar e a dizer que mostrou o documento aos vizinhos e todos afirmaram que tinha que ter o sêlo do Governo na Escritura, pois do contrário não valia nada. O sr. Manoel Galvão de cima da escada começou a explicar que aquele documento era provisório e por isto não precisava de sêlo nenhum. Mas o matuto insistia pelo sêlo no documento. Manoel Galvâo já perdendo a paciência pois o sol estava quente e já era quase meio-dia, desceu da escada, pediu o documento e entrou em casa dele, foi até o fogão pegou uma caixa de fósforos, retirou o sêlo que a mesma continha (toda caixa de fósforos antigamente era fechada na fábrica com um sêlo de tributo pago ao Governo Estadual) e passando a língua no verso do sêlo que continha cola, pregou o mesmo na "Escritura" e entregou ao citado senhor José Antônio da Silva, que olhando o sêlo ficou contente e agradeceu dizendo: "agora a minha Escritura tem valor."
Dias depois o Sr. Manoel Galvão contou essa história aos seus amigos que riram à vontade com a solução dada para o caso.
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