quinta-feira, 5 de julho de 2012

OS "QUEBRA-QUILOS" EM CARUARU- 1874


      "Em Caruaru a atuação dos "Quebra-Quilos" explode no di 12 de Dezembro de 1874. Aproximadamente 400 homens, usando punhais e bacamartes, chefiados por Vicente e Manuel Tenório, moradores da Comarca vizinha do Brejo(Brejo da Madre de Deus), e João Barradas, residente em Caruaru, invadem às 10 horas, quando se ealizava a feira, aliciando revoltosos e lançando insultos contra as autoridades. Estas, em comunicação conjunta ao Presidente da Província, registram qie "alguns atenderam ao pedido de ordem. dando vivas à iberdade, a religião, a ordem pública e às autoridades, porém a massa dos sediciosos aumentada pelos moradores da feora e por grande número de proletários desta cidade gritaram que não atendiam a ninguém e que queriam a abolição dos impostos e do sistema métrico e para tal lutariam até a morte."

     É extremamente curiosa e rara a dsignação de "proletários" em documentos brasileiro dessa época. Seu uso demonstra claramente que as autoridadees judiciárias de Caruaru--- ou pelo menos uma delas--- tinham perfeita consciência da atração que exercia o movimento dos quebra-quilos sobre os de baixa renda, ainda hoje rigorosamente classificáveis como proletários. Sediciosos e proletários invadiram a Coletoria e a Casa da Câmara, queimaram os seus arquivos, inutilizaram todos os pesos e medidas que encontraram, e praticamente mantiveram-se como senhores da cidade até às quatro da tarde, quando se retiraram prometendo que voltariam se persistisse a cobrança dos impostos que consideravam injustos. Como em dezenas de outros documentos de autoridades posta em cheque pela ousadia dos quebra-quilos, vê-se no aflito expediente que foi enviado a Lucena, que, de Caruaru, pediam as autoridades reforços urgentes, ameaçadas que estavam de nada poderem fazer ante a sedição proletária.

      A visão dos acontecimentos por parte do Presidente da Câmara de Caruaru é curiosa e da à atuação dos quebra-quilos naquela áarea, a característica especial de contar também com a ajuda das pessoasimportantes da cidade."

     É provavelmente procedente a sua observação, pois o Juiz Municipal Antônio Paulino Cavalcanti d'Albuquerque, diria pouco depoism a 10 de dezembro, a mesma coisa ao Presidente da Província. Temia o Juiz que os sediciosos, confor,e prometiam, invadissem a prisão para dela tirarem alguns quebra-quilos que já haviam sido presos. Os inquéritos ainda não estavam instaurados, e o Magistrado dirá pesando bem as palavras, que confia no Promotor Público que "saberá cumprir o seu dever apesar dos embaraços que possam sobrevir, pois pessoas influentes e que tem séquito, acham-se comprometidas na sedição." 

      "Todos receiam dar testemunho das ocorrências do dia 12" diz o Juiz Cavalcanti d'Albuquerque, e acrescenta: "e os que pra isso tem sido notificados escondem-se para não serem coagidos." A situação em Caruaru era realmente difícil. O Destacamento de 50 praças da Guarda Nacional, era qualificativa e quantitativamente incapaz de enfrentar os quebra-quilos, na hipótese de um novo ataque. A munição e o armamento que foram enviados pelo Governo, juntamente com a força policial auxliar, ficaram com o Delegado de Palmares. Nos Distritos vizinhos ou próximos o clima era de pânico."

(páginas 14/126 do livro "Quebra-Quilos-Lutas Sociais no Outono do Império"


 


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