quarta-feira, 25 de julho de 2012

A GUERRA DOS CABANOS E A CÂMARA MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO


     "Pela sua relativa proximidade do refúgio dos "cabanos", o território do município de Santo Antão foi teatro de frequentes escaramuças entre as tropas repressoras do Governo e os sediciosos.

     Em dezembro de 1831, à notícia de que os "cabanos" se aprestavam para ocupar a Povoação do Bonito, oficiou a Câmara de Santo Antão ao Governo solicitando "muniç~~oes para se armar cidadãos aptos à defesa", requisitando "ciinquenta granadeiras, quatro mil cartuchos, à disposição do Tenente Coronel do Batalhão das Guardas Nacionais", pedido esse renovado no dia 29, quando se recebeu a comunicação do Juiz de Paz de Bezerros de que Torres Galindo se achava no seu sítio "Alexandria", a 6 léguas daquela Povoação, e preparava um ataque à mesma.

    A 12 de agosto de 1833, remetia a Câmara de Santo Antão ao Presidente da Província cópia da "Proclamação" que, "desejosa de constribuir com quanto possa para aniquilar a insurreição de Panelas e Jacuípe, fizera distribuir aos habitantes do município, concebida nos seguintes termos:

         "PROCLAMAÇÃO--- Habitantes deste Município! Que letargo é este que vos achais adormecidos?

"Não vêdes que os nosso vizinhos pedem e reclamam o nosso socorro, para de uma vez aniquilar a guerra de Panelas e Jacuípe?
   
    "Quando este município foi ameaçado, não recebestes o auxílio que de pronto nos foi enviado pelo incansável Presidente desta Província, o Exmo. Snr. Manuel Zeferino dos Santos? E com que pagareis este sacrifício? Será mostrando-vos indiferentes às ordens do Governo, à opressão dos nossos vizinhos, e enfim, ao clamor da Pátria, que grita e reclama o vosso socorro? "Não, por certo. É reunindo-vos e correndo às armas, e marchando para onde a salvação da esma Pátria e da Constituição vos chama.

     "O Corpo Municipal eleito por vós espera outro procedimento de cidadão que se confessam e blasonam de Patriotas, e defensores da Pátria e da Religião.

     "Se vós, surdos à Lei e a Razão, obrardes de outra sorte, contai, de certocom a desgraça.

    "Uni-vos, portanto, aos vossos Chefes, e marchai por quarenta dias, nada vos faltará, nem soldo, nem etapa. "Viva a Santa Religião! Viva O Senhor Dom Pedro Segundo! Viva o Regimen! Viva a Constituição"! Vivam os habitantes do Município!

    "Sessão extraordinária de 12 de agosto de 1833. O Presidente Tiburtino Pinto de Almeida. Pantaleão José de Araújo. Felipe Gomes Santiago. Gervázio Eugênio Simões.Vicente Ferreira da Costa."

(Extraído do livro "História da Vitória de Santo Antâo" de José Aragão- 1º Volume)

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