" Presunção, vaidade, orgulho--- gradação da mesma falta. Degraus do mesmo êrro.
Almas ressoantes, ôcas de ciência--- são a triste legião dos que assim negam. Nem o horror da maldade, nem o estudo frágil da ciência, nem o broquel da ignorância, mas só e tão só a vaidade irritante, a fatuidade gritante, chocalhando ligeiríssimas leituras, agitando mal ouvidas discussões, mal assimilados estudos, amparando-se a um mundo de assertos fragílimos, que não reistem aos mais ligeiros recontros com a verdade.
Mas vencidos, levantam-se com forças duplicadas: a vaidade ofendida, a vacuidade posta em evidência--- são como incentivos à continuidade no êrro, à perpetuidade na via ingrata.
E assim, vão eles, vida em fora, almas transviadas. Distanciam-se, voluntariamente, da fonte da vida. Há o hiato espantoso, trêcho espêsso de trevas, entre a criatura e o Criador. Não é a falta, a culpa que os separam, mas o pensamento, o coração afastando-os de Jesus. Porque chagada de faltas a humanidade está. É da nossa contigência. Mas, vacilar, cair, e levantar, olhos nos céus, esperança nas almas, até o término final, é do crente.
A vida não há de ser, também, na vida espiritual, sòmente a estrada reta e florida: há ciladas do terreno, há quedas dolorosas; mas após estas, há de ficar a consciência mais esclarecida, mas luminosa, porque é mais um trecho feito no caminho da eterna vida.
Que se afaste de nós a presunção. Reconheçamos o nada do nosso saber: somos uma luz, é certo, mas luz vacilante, no caminho para a Grande LUZ. Afastando a presunção, defendemos essa luz indecisa contra o vento mau na estrada erma."
(Texto extraído das páginas 94/95 do livro "Nossa Missão- Estudos e Comentários", de Soares de Farias- 1961-
São Paulo-SP)
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