O Município do Brejo da Madre de Deus é um dos mais antigos do Estado de Pernambuco, e por esta razão foi habitado por famílias prósperas, fazendeiros, comerciantes e portadores de cargos públicos importantes, notdamente Oficiais da famsa Guarda Nacional, daí se constatarem a existências de muitos escravos negros, muitos dos quais de origem africana. Existiu por vários anos depois da libertação da escravatura no Brasil(13 de maio de 1888) uma senhora negra e ex-escrava que morava na cidade do Brejo da Madre de Deus-PE, cujo nome era SILVÉRIA MARIA DA CONCEIÇÃO, mas pouquíssimas pessoas sabiam do seu verdadeiro nome, e apenas chamavam-na pela alcunha de "SINHÁ", uma pobre mulher idosa que vivia da caridade pública. Sempre alegre com o seu caximbo fumegante soltando fumaça, e tomando também a sua "pinga", vez por outra se embriagando. Certa dia resolví conversar com "Sinhá" sobre a sua vida ela me contou: "minha mãe era escrava e pertencia a uma senhora chamada "Donana" proprietária de terra na região de Tabocas, neste Município. Era uma senhora malvada com os escravos, e quando se aborrecia por menor que fôsse o motivo, queimava as coxas das escravas com um tição de angico(madeira forte). Certo dia por não cumprido uma determinação da "Donana", uma outra escrava ouviu que ela mandaria enterrar viva a jovem "Sinhá", e ela avisada fugiu de lá em altas horas da noite, sem destino certo, e depois de duas semanas foi parar lá para as bandas do Sertão de Pernambuco, só voltado para Brejo depois da Lei Áurea. Hoje tem uma filha chamada Maria que mora num casebre que lhe doaram, e Maria tinha uma filha yambém de pais desconhecidos, chamada de Áurea, que muito jovem se prostituiu. Depois "Sinhá" faleceu. Foi na verdade uma vida negra, embora todos Brejo gostavam dela que foi um ser humano humilde e respeitador.
sábado, 26 de outubro de 2019
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