segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"GUERRA E PAZ NO CORAÇÃO DE TOLSTOI."




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"Nos romances de Leão Tolstoi a vida brota com mais intensidade do que em qualquer outra obra literária. Há neles paz, guerra, amor, aventuras, nascimentos e mortes. Através das páginas das suas obras decobrimos a Rússia, já desaparecida, da brilhante corte imperial, dos bailes nos palácios, dos belos oficiais, dos duelos, dos proprietários, dos cossacos que faziam retumbar a estepe sob os cascos dos seus cavalos, dos servos que pareciam pedalios da própria terra. E descortinamos também os vastos campos de batalha cobertos de neve e  as noites de orgia com um fundo de mesas de jogo e de música de zíncaros.  Essa foi a vida que viveu Leão Tolstoi e que refletiu na sua obra. com uma compreensão que só um grande amor pode explicar.

     O gênio literário não floresceu na primeira juventude de Tolstoi. Ele nasceu em 28 de agosto de 1828, em Yasnaia Poliana, a vasta propriedade de seu pai, o Conde Tolstoi, situada a uns duzentos quilômetros a sul de Moscovo. Sua mãe, a Princesa Maria Volkonski, trouxe ao marido uma grande fortuna e trasmitiu aos filhos uma parcela do sangue mais nobre da aristocracia russa.

     De acordo com o seu próprio diário, o jovem Tolstoi foi ocioso, dissoluto e jogador. Ninguem teria podido prever então que, superando consecutivamente cada uma das etapas da sua longa vida, aquele estranho e infatigável escritor chegaria, por fim, a ser um santo patriarca, não só para os cristãos mas também para gente de outras religiões e ainda para muitos que andam em busca da fé, tanto na Europa como na Ásia e na América.

     A guerra que manteve consigo próprio não conheceu trégua; a paz foi-lhe sempre negada até ao fim. Pretendendo seguir a carreira diplomática, frequentrou a Universidade de Kazan para estudar línguas orientais. No entanto, ele, que falava o francês tão corretamente como o russo, que chegou a dominar o grego clássico em três meses, que aprendeu o alemão, o italiano e o inglês com facilidade, não pôde suportar o tédio dos métos lentos e rotineiros da instrução na Universidade. Dedicou-se então ao estudo da jurisprudência, Também fracassou neste campo, pois sd leis pareciam-lhe sem interesse e, sobretudo, alheias à justiça moral.

     Obrigado a sair de Moscovo por dívidas de jogo, alistou-se num regimento que lutava contra guerriheiros tártaros na fronteira do Cáucaso. A natureza selvagem daquele lugar, os picos cobertos de neve, o ar seco das montanhas encheram-no de uma alegria estimulante que ainda hoje podemos respirar naas suas maravilhosas descrições de Os Cossacos e Hagi-Murat, obras escritas cinquenta anos mais tarde: esta é a melhor prova de que Tolstoi não só absorvia cada impressão do momento, mas também a conservava viva e brilhante durante todo a vida.


     Enterraram-no, conforme a sua vontade, nos bosques da Yasnaia Poliana. Não houv4 serviço religioso para o homem que se atrevido a levar uma vida. por muito imperfeita que fosse, imitando a do próprio Cristo."

(Texto extraído da obra "Grandes Vidas, Grandes Obras" escrito o texto por Donald Culross Peatte)


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