terça-feira, 5 de junho de 2012

FAMÍLIA MARINHO / FALCÃO - BREJO DA MADRE DE DEUS

      Segundo consta no Volume III, do Livro Nº 8, publicado pela Biblioteca de História Municipal, da autoria do Escitor Luiz Wilson, intitulado "ROTEIRO DE VELHOS E GRANDES SERTANEJOS", a "FAMÍLIA FALCÃO, antiquíssima em Portugal, conta-se que ali teve origem em JOÃO FALCÃO, Capitão inglês que foi acolhido pelo Mestre de Avis (D. João I, que reinou de 1385 a 1433) a quem prestou serviços."

          "Em Pernambuco, em outra época, além de PEDRO MARINHO FALCÂO( que serviu na Guerra Contra os Holandes como Capitão, sendo promovido mais tarde a MESTRE-DE-CAMPO e que casou com D. Brites de Melo ), viveu também ANDRÉ DA ROCHA FALCÃO, fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo e ainda Capitão na Guerra Contra os Holandeses, casado com D. Maria de Souza Dantas."

      "O tronco da família, entre nós, diz-se tersido o mesmo da Família MARINHO---VASCO MARINHO FALCÃO, que era português do MINHO de onde veio para Pernambuco."

      Temos assim, como fonte abalizada, a origem das famílias MARINHO/FALCÃO em Pernambuco, depois em outros ESTADOS, notadamente o de ALAGOAS onde essas famílias cresceram muito. No Brejo da Madre de Deus com a junção MARINHO/FALCÃO, tornando-se uma enorme família, foi onde mais cresceu no Interior da então Província de Pernambuco, inclusive com muitos membros se radicando posteriormente em Alagoas com a denominação de MARINHO/FALCÃO, MUNIZ FALCÃO e já com o entrelaçamento da FAMÍLIA CORDEIRO, orinda do Fundador do Brejo, o português ANDRÉ CORDEIRO.

      GUSTAVO MARINHO FALCÃO de quem falamos nesta Postagem, era descendentes do fidalgo da Casa Real, PEDRO MARINHO FALCÃO, e do português nobre VASCO MARINHO FALCÃO.

      Oito(8) anos antes do falecimento do Sr. DUSTAVO MARINHO FALCÃO, que ocorreu no dia 27 de junho de 1973, fizemos uma ENTREVISTA com o mesmo, para o SUPLEMENTO DO INTERIOR do JORNAL DO COMMERCIO DO RECIFE, que foi publicada no dia 20 de novembro de 1965, e para melhores esclarecimentos sobre o mesmo, estamos transcrevendo textualmente, por representar muito mais agora, uma fonte segura de informações a respeito de um brejense que tem na verdade muitos serviços prestados à sua Terra Natal.

      A publicação teve o seguinte teor:

      "PERSONALIDADES DO BREJO"
      3ª de uma série de Entrevistas, por Newton Thaumaturgo

      BREJO DA MADRE DE DEUS--- O nosso entrevistado de hoje, Sr. GUSTAVO MARINHO FALCÃO, é um homem que está ligado por fatores diversos, à vida do Brejo da Madre de Deus, sendo talvez, o recordista dentre aqueles que assumiram por várias vezes cargos políticos e sociais, nesta terra. A conversa do Sr. GUSTAVO MARINHO FALCÃO, com a reportagem do JORNAL DO COMMERCIO, foi a seguinte:

       P--- Gostaria de saber onde o senhor nasceu, quando e qual a sua filiação?

      R--- Nasci em Brejo da Madre de Deus, à Rua São José, numa sexta-feira, 1º de Fevereiro de 1895, sendo filho legítimo de ERASMO MARINHO FALCÃO e PHILADÉLFIA CORDEIRO MUNIZ FALCÃO.

     P--- Onde iniciou os seus estudos primários?

    R--- Aqui no Brejo, tendo como Professores Manoel Benigno da Silva e Antônio Florentino de Oliveira, por sinal genitor este último, do Monsenhor José Florentino, atual Vigário de Bezerros,

P--- Em qual profissão iniciou a vida cotidiana?

R--- Vendendo sal em plena feira. Depois no comércio de tecidos, ajudando meu pai, tendo chegado a ser seu sócio juntamente com outro irmão, posteriormente, cheguei a ser proprietário.

P--- Quais os cargos públicos principais que já exerceu no Brejo?

R--- Poe Decreto de 24 de Junho de 1914, assinado pelo Dr. Wenceslau Braz Pereira Gomes, então Presidente da República, fui nomeado para o posta de Capitão-Cirurgião do 106º Regimento de Cavalaria da Guarda Nacional, conforme registro na 14ª Região Militar, às Fls. do Livro competente. Em 29 de Julho de 1925, fui proclamado pela Junta Eleitoral Apuradora, onde obtive 397 sufrágios, tendo chegado a ser Presidente do Concelho Municipal, no mesmo ano. Terminado o meu mandato no Concelho, fu eleito Sub_Prefeito e proclamado no dia 11 de Outubro de 1928.

P--- E com a eclosão revolucionária de 1930, como ficou a sua situação política neste Município?

R--- Com o término e a calma da Revolução de 1930, fui nomeado pelo Interventor Dr. Carlos de Lima Cavalcanti, para o cargo de Prefeito do Brejo, tendo prestado Juramento no dia 21 de Abril de 1934. Com a realização das Eleiç]ões Constitucionais em 21 de Abril de 1936, fui eleito e diplomado Prefeito do Brejo. Por questões ainda revolucionárias fui afastado do cargo por alguns meses, tendo voltado à Chefia Municipal por ordem do Professor Agamenon Magalhães, que estava na Chefia do Estado àquela  época, tendo permanecido até o ano de 1942, quando substituído pelo Sr. Dirceu Valença.

P--- Depois de 1942, ocupou outros cargos públicos?

R--- Sim. Exercí o cargo de Suplente de Juiz Municipal, de Delegado de Polícia, Comissário de Menores, Substituto de Juiz de Direito e finalmente de Adjunto de Promotor, que ainda ocupo, mas na primeira oportunidade pedirei exoneração.

P--- Qual o maior prazer que já teve em sua vida política?

R--- Para dizer a verdade foi quando a abandonei.

P--- O Brejo presentemente está necessitando de vários melhoramentos, quais os mais urgentes ao seu modo de ver?

R--- 1º: o que vem sendo levado a efeito, ou seja, calçamento em algumas ruas da cidade; e 2º: a necessidade de Abastecimento d'Água à nossa população urbana.

P--- O senhor já foi Comissário de Menores, como encara a presente situação dos MENINOS DE RUAS, nesta cidade?

R--- Com referência à situação de Menores nesta cidade, encaro como dramática, pois vejo esse setor completamente abandonado, fazendo com muitos Menores enveredem pela senda do crime. Seria muito interessante a criação do ESCOTISMO no Brejo.

P--- Finalizando, gostaria de saber quantos filhos tem, onde residem e que cargos?

R--- São 13 vivos, 3 residem no Brejo: Mário que é Presidente da Câmara Municipal; Nelson, é Alfaiate; Leonor Professora Estadual. Em Garanhuns, Antônio, funcionário do Banco do Brasil; \alcina, casada com Antônio Correia Gondim, Coletor Estadual; Djanira, também casada, com Antôno Carlos Souto, proprietário naquele Município. e Amélia, estadante que conclui o Pedagógico este ano. No Recife: Erasmo, Zezito, José Bonifácio, funconários do CARTÓRIO COSTA LIMA; Almerinda, casada com Mário Campos, 1º Substituto do citado Cartório; José de Souza Falcão, funcionário da Secretaria da Fazenda do Estado; Lindaura, casada com Jussaty Amorim, residente em Caruaru e proprietário no Brejo.

     Vale ressaltar que o nosso entrevistado de hoje (20.11.1965), além dos cargos que já exerceu, foi membro de várias Diretorias de Sociedades brejenses, como sejam: Sociedade Musical São José, Legionários de São José, Clube Sociais Desportivos, bem assim filantrópicos.

NOTA: A Família MARINHO/FALCÃO no Município do Brejo da Madre de Deus-PE, além de ser antiga e influente em todos os setores políticos, sociais e religiosos, a começar com os Padre PEDRO MARINHO FALCÃO (1º e o 2º, que foram Vigários e Professores(1833/60); o 2º Prefeito Constitucional do Brejo(1993/1995) CAPITULINO MARINHO FALCÂO; "TENENTE JANJÃO" (João Marinho de França); Antôni Marinho("Tururi"); e JOSÉ TEODOMIRO MARINHO, que foi Vereador na década de 50 do Século XX, e tantos Marinhos situados na "Povoação de Cacimba de Pedro", do citado Município.

8 comentários:

  1. Caro Newton,

    Muito obrigado pelo post, foi muito esclarecedor. Em compensação, abriu outras dúvidas. Meu bisavô, o Coronel Capitulino Marinho Falcão, prefeito de Brejo da Madre de Deus em 1905, quando morreu aos 29 anos, não teve um irmão chamado Erasmo -- pai de Gustavo. Seus irmãos foram Aprigio, Antonio, Manoel Melchiades,Leopoldino, Heráclito, Leocádio e Emiliano. Portanto, o veio familiar de Gustavo Marinho Falcão deve vir de um irmão de meu tataravô, pai de Capitulino -- Antônio Marinho Falcão. Ele deve ter um irmão que teve um filho Erasmo, pai de Gustavo.
    Descobri que minha bisavó, mulher de Capitulino, era da família Cordeiro -- Rita. Muito bom saber que eu sou descendente do fundador da cidade!

    Grande abraço,

    Aluizio

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  2. sou neto de Zilda Marinho Falcão.
    Filho de Benizilda Falcão de Oliveira
    faço parte da família que saiu de Recife e veio para São Paulo

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  3. SOU NETA FE LEOCADIO MARINHO FALCAO E LEOPOLDINA FALCAO PINHEIRO DE SAVOIA, FILHA DE ZILDA MARINHO FALCAO,NASCI NO RIO DE JANEIRO POREM MINHA FAMILIA POR PARTE DE MUNHA MÃE E DE RECIFE UM BEIJO PARA TODOS

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  4. Olá, me chamo Fábio Falcão Spacca, sou Tataraneto de Pedro Marinho Falcão, que foi pastor presbiteriano em Recife.

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  5. Sou neta do primeiro titular do cartório costa lima, o sr. Mário Falcão, ao qual se refere no texto. Meu nome é Mariana Falcão.

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