terça-feira, 24 de abril de 2012
O BARÃO DE BUÍQUE E OS ÍNDIOS
DIRETOR GERAL DOS ÍNDIOS
O Barão de Buíque foi também Diretor dos Índios em Pernambuco, e como tal, um defensor intransigente dos direitos indígenas na Província, a ponto de se indispor com certos usurpadores ricos, que desonestamente se apossaram de terras pertencentes aos índios, além de servir-se ilegal e injustamente, dos seus trabalhos na agropecuária.
Denunciando essa situação, o Barão de Buíque, conseguiu que o Presidente da Província nomeasse uma Comissão de Sindicância para verificar essa situação e emitir parecer, devendo promover a extinção de algumas Aldeias dos Índios, com as devidas cautelas, isto é, sem que essas extinções prejudicassem os índios já espoliados.
No dia 13 de março de 1873, a Comissãofez entrega do Relatório ao Presidente da Província, e no dia 4 de abril do mesmo ano, o Diário de Pernambuco fez publicar dito documento. A dita Comissão era composta dos seguintes senhores: Joaquim Gonçalves Lima, Antônio de Vasconcelos Menezes de Drumond e Manoel Buarque de Macedo.
O Barão de Buíque, Francisco Alves Cavalcanti Camboim, foi na verdade um autêntico advogado dos direitos dos nativos, denunciando injustiças cometidas contra eles, por pessoas que tinham o dever de respeitar os silvícolas, prestando-lhes assistência religiosa, cultural e moral, além de uma condição de vida mais humana no que diz respeito à alimentação e ao trabalho por eles desempemhados, mas ao contrário, os maltratavam, solapavam as suas lavouras e terras e os escravisavam, além de cometerem vários crimes detestáveis contra suas nações incautas, matando-os, seviciando as mulheres e torturando-os para obterem vantagens ilícitas.
O Barão de Buíque, condenou e denunciou esses crimes, impedindo que a escalada continuasse e conseguiu reaver para os índios, em alguns casos, as terras invadidas por inescrupolosos aventureiros e privilegiados.
Foi o Barão de Buíque, um notável brasileiro, tanto pelos serviços patrióticos prestados à Província de Pernambuco, como pelos seus sentimentos liberais, mesmo pertencendo ao Partido Conservador, pois, era acima de tudo muito humano e sentimental, conforme podemos concluir pela conduta e atos praticados durante os seus 88 anos de vida.
Falava fluentemente o latim e francês, tendo conversado neste íltimo idioma em 1859, com Dom Pedro II quando este visitava Pernambuco.
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